Fábrica da Chery em Jacareí (SP)

Com apenas três anos de mercado, pode-se dizer que a Chery já é brasileira. A empresa anunciou nesta terça-feira (27) que assumiu o controle total das operações brasileiras, que inclui as importações realizadas pela Venko Motors, até então representante da marca chinesa no Brasil, que a partir de agora trará ao País a também chinesa Rely, conhecida por comercializar utilitários-esportivos e utilitários comerciais, como já havíamos publicado há um ano. Resumindo: a matriz chinesa comandará as operações da Chery no Brasil.

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“Decidimos que seria melhor aproximar ainda mais as ações brasileiras às da nossa sede mundial. Por isso, trouxemos os nossos executivos a fim de sincronizar os padrões da companhia com o crescimento do mercado brasileiro, que se assemelha ao que aconteceu na China”, disse Zhou Biren, presidente da Chery International, em comunicado da empresa sobre a mudança.

Com essas modificações, o chinês Kong Fan Long ocupará o cargo da presidente da Chery no País, ocupando o cargo de Luis Curi, que continua na direção da montadora no posto de CEO, e também como vice-presidente e diretor comercial da marca.

Aproveitando a ocasião, os executivos da Chery falaram a respeito da fábrica da Chery em Jacareí, no interior do estado de São Paulo. De acordo com eles, os primeiros veículos nacionais da marca chinesa deverão sair da linha de produção entre 2013 e 2014. A “primeira fase” da construção irá consumir cerca de US$ 400 milhões dos cofres da montadora, que envolve a conclusão das áreas de soldagem, pintura e montagem final. Segundo a marca, o setor de estamparia de chapas será incluído na planta um ano depois.

A intenção da fabricante é cumprir a nacionalização de 65% de seus automóveis a partir de 2013, se livrando do aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados. A fábrica começa a operar no ano que vem, e terá 1.200 funcionários de início, número que deve saltar para quatro mil trabalhadores quando a capacidade máxima for alcançada, que é de 150 mil unidades ao ano, abastecendo o mercado interno e a América Latina.

“Estamos em contato com fornecedores locais de autopeças, com empresas de altíssima capacitação para equipamentos industriais e com instituições educativas e de tecnologia em busca de parcerias”, comentou Luis Curi, CEO da Chery Brasil.

Por culpa do IPI, as estimativas de vendas da Chery para este ano caíram pela metade. A empresa pretendia comercializar 60 mil unidades em 2012, “contudo, depois do aumento do IPI, rebaixamos nossa meta para 30 mil unidades em 2012”, disse Biren. No ano passado, foram comercializados 22 mil unidades por aqui.

“Levando em conta que já estamos construindo uma fábrica aqui, que sempre fez parte da nossa estratégia muito antes do aumento de imposto, negociamos com o governo e talvez possamos vender mais”, afirmou o executivo.