Confesso que já havia gostado do A3 Sedan com motor 1.8 que estreou no Brasil no começo do ano com preço para lá de promocional (para os padrões brasileiros). Claro que o preço de R$ 117 mil não duraria muito, mas o lançamento da versão 1.4 custando R$ 94.800 chamou minha atenção: será que um Audi de menos de R$ 100 mil vale a pena?
O motor 1.4 certamente não é um problema. Mesmo com 122 cv, ele consegue andar num ritmo parecido ao de um Corolla Altis, com quem vem sendo comparado. Além do mais, é econômico, o que compensa o apetite moderado do acelerador. As dimensões um pouco menores que as de um sedã médio normal também não chegam a assustar. Você perde um pouco de porta-malas e espaço para as pernas no banco traseiro. Mas dá para levar a família numa boa.
O visual, então, está entre os pontos altos, bem mais equilibrado que o de sedãs comuns. Mas é na lista de equipamentos que o A3 Sedan 1.4 faz a gente coçar a cabeça.
Afinal de contas, podemos viver sem uma câmera de ré? Ou um GPS? Bancos de couro? Se você está num carro premium talvez a resposta seja sim, já que levamos outros itens tão ou mais importantes que estão ausentes em modelos com preço similar. Exemplo? Controle de estabilidade, que a Toyota ‘esqueceu’ no Corolla. Ou sete airbags. Ou, ainda, um câmbio de dupla embreagem extremamente eficiente – pobre Powershift, se comparado a ele…
Mas por que a Audi não traz o A3 Sedan com GPS e uma mísera câmera de ré? Até os chineses, tão criticados, têm isso? Questionei Thiago Lemes, gerente geral de vendas da Audi, sobre essa incoerência para uma marca premium. A resposta me surpreendeu. Se outras marcas simplesmente justificam a ausência desses itens porque ‘tudo compensa ter um carro de luxo’, para Lemes há um argumento mais convincente: “Fica muito mais caro trazer o carro do exterior com esses itens, que pagam os altos impostos do veículo”, explicou.
Ou seja, dá para ter essas comodidades, mas como acessórios, comprados na rede de concessionários. Claro que, nesse caso, o preço volta para a casa dos seis dígitos. O pacote MMI Plus, que inclui GPS e outros recursos ao carro, custa R$ 10 mil e só está disponível na versão Attraction, que beira R$ 100 mil. Nesse caso, a concorrência com sedãs ‘mortais’ já perde o sentido.
Falta de competitividade
A conclusão que cheguei é que, sim, dá para ter um A3 Sedan com motor 1.4 e sem alguns itens. Basta dirigir um para perceber que não dá para comparar um carro desse naipe com um Toyota ou Honda, carros bons, mas que estão excessivamente caros. A maior prova disso é que um automóvel europeu, que paga bem mais impostos e é feito num país onde o custo da mão de obra é maior, consegue rivalizar em preço com um produto nacional que goza de uma boa dose de protecionismo do governo. Não deveria ser assim, mas é. Sorte de quem pode pagar por um importado.
Um carro como A3 nunca será carro de luxo. Ou seja, cobram por imagem feita e não por conteúdo real. Dá zero pra ele. Ele certamente veio da CAOA.
Se considerarmos o que ele diz, o Peugeot 408 THP é um carro de luxo.
Blogauto, você compraria um A3 sedan 1.4T attraction (zero bala) ou um Audi TT (2008)?
Ambos estão na faixa dos R$ 100.000,00…
Caro Sérgio,
Difícil comparar, são carro de propostas muito diferentes, além do que um zero e o outro bem mais usado.
Realmente é uma questão de gosto e necessidades.
abraços e obrigado pela visita,
Fabiano Mazzeo