O post do meu colega Claudio de Souza, editor do UOL Carros, chamou minha atenção para um detalhe: ter informação sobre carros de forma gratuita em vez de pagar por ela. O texto observa que as revistas especializadas já andaram no Freemont, da Fiat, semanas antes do restante da imprensa, incluindo os sites.
É uma prática antiga das montadoras que pode ter feito sentido há alguns anos, mas hoje não mais. Apesar de terem um texto analítico que admiro, as revistas já perderam o bonde em termos de velocidade da informação. Tanto é assim que a Autoesporte, uma das mais antenadas com a web, vire e mexe dá furos no site porque sabe que não dá para esperar a impressão da revista.
Mas esse tratamento diferenciado gera uma distorção tremenda. Veja o caso do crossover da Fiat. Quem quiser saber algo agora precisa pagar por uma das revistas. Até parece que as montadoras têm participação nas vendas… brincadeira, claro. É que para algumas marcas um produto só tem repercussão quando aparece na Quatro Rodas.
Ignoram que a internet atinge não apenas os fãs de carros, que são os compradores de revistas, na maioria. Sites especializados não só falam para esse mesmo público (vocês são exemplo disto) como também para uma ampla parcela de consumidores. Por exemplo, no iG Carros, algumas matérias são lidas por mais de 100 mil pessoas num dia ou dois. É o que a QR diz vender nas bancas.
Seria mais sensato que todas os tipos de veículos tivessem acesso a um lançamento ao mesmo tempo. Não acredito que uma revista venderia menos porque chegou dias depois do evento. Quem compra revista quer ler a opinião mais aprofundada que elas fazem. Mas ter prioridade é o preço que algumas cobram para destacar um veículo. A Volkswagen, por exemplo, levou as revistas e uns poucos jornais para andarem no novo Beetle. Mas não vi o modelo como estrela principal em nenhuma delas.
Certamente, um produto assim teria uma divulgação bem maior na home de um portal como o UOL, G1, iG ou R7. Afinal, um site tem pelo menos “30 capas” por mês contra uma das revistas mensais.
Enfim, as coisas estão mudando, os blogs começam a preocupar essas marcas e alguns sites estão mais estruturados. A própria Renault decidiu lançar o novo Sandero para todos os tipos de mídia ao mesmo tempo. Só falta mesmo esse reconhecimento pleno pelas suas colegas. Como disse o Claudio, internet não custa nada: nem para o leitor nem para as montadoras.
Ricaro Meier, é que tem muito executivo aí, principalmente da área de marketing cheio de MBAs, mas sem visão alguma.
Tem mesmo, e o pior: também não entendem nada de carros, mesmo os que trabalham no setor.
É Ricardo, não estão de olho nesta nova geração. Acredito que o correto nesta situação seria fazer o lançamento do carro para o "resto" da imprensa antes das revistas chegarem nas bancas, coincidindo as datas.
O que vai acontecer daqui um tempo se continuar assim será os sites e blogs passando a esnobar tais convites.
É uma via de mão-dupla. As montadoras favorecem as revistas. E as revistas, que não tem nenhum senso crítico, falam bem das montadoras. Os consumidores trouxas compram as revistas, que mais parecem folhetos de propaganda dos carros. E dá-lhe Agile Carro do Ano 2010!!!
Caro Ricardo, você disse:
"Até parece que as montadoras têm participação nas vendas… brincadeira, claro. É que para algumas marcas um produto só tem repercussão quando aparece na Quatro Rodas."
Olha, nas vendas das revistas pode até não haver participação direta das montadoras, mas no lucro (faturamento) delas, com certeza absoluta.
Esta situação ainda é o reflexo de uma prática comum nada salutar para o consumidor: o "compromisso" que a imprensa especializada impressa automotiva (revistas e jornais) sempre teve com as montadoras e vice-versa. Especialmente a maior delas, que por anos a fio fez uma verdadeira lavagem cerebral nos consumidores brasileiros, deixando-os com senso crítico abaixo de zero, meio abobados, por assim dizer.
Noutros termos: divulguem nosso produto com artigos isentos (insossos, sem conteúdo), sem critica-lo e elogiando-o de preferência, que terão garantidos polpudos investimentos publicitários ($$$$) em troca. Caso contrário: *****!!!!!
Ôpa, onde se lê "Esta situação ainda é o reflexo" leia-se: "Esta situação é o RESQUÍCIO".
Agora, me digam: com tantos benefícios, as revistas impressas conseguem manter a independência editorial????? Claro que não!!!
Infelizmente a maioria esmagadora de compradores de carros nem sabem da existencia de blogauto,carplace. na, etc, pois preferem gastar por exemplo 50 mil num fit 1.4 pelado e que não passa de um hatch pequeno que a honda insiste em chamar de monovolume por falta de in formação! a unica coisa que peço á esses respeitaveis foruns, é que tentem atingir um publico maior de internautas, para que um dia esses mesmos consumidores acessem esse foruns antes de pagar 56 mil num agile!
Oi, @fenandomeier,
Desculpe-me, mas não indico carlugar. O F.C. tem uma coluna lá, não acho que seja um blog isento. Eles fazem patrulhamento do que é postado lá. Lamentável
Agora, blogauto é dez !!
@Indignado,
Realmente o patrulhamento do Carlugar é terrível, pois você posta um comentário e as vezes chega a demorar infinitas horas, e assim, acaba a oportunidade de poder ser debatido opiniões e soluções de acordo com as matérias postadas.
Somente é mais rápido a publicação dos comentários para aqueles que possuem cadastros nos Facebook, Twitter…
Eu como não tenho cadastro fico lambendo sabão até que um dia meu comentário seja publicado, apesar de que muitas matérias deles também possuem qualidade.
Mas na soma geral o Blogauto é 10 em todos os aspectos e passa idoneidade, compromisso com o leitor, responsabilidade com as publicações e os textos são excelentes.
Quanto ao tema desta postagem, chegará o dia em que as montadoras terão olhos totalmente voltados para os blogs, pois neste blog, posso garantir que a maioria das pessoas são pessoas de posse, bom gosto, formadoras de opiniões dentro de seus grupos de relacionamento em casa, no trabalho e em seus vínculos de amizade.
Os leitores deste blog com certeza são consumidores premium de muitas montadoras, mas elas ainda estão cegas quanto a este fato.