Fernando Calmon – Volta do seguro obrigatório não pode ser mais adiada – Faltam apenas 60 dias para o Governo Federal regulamentar e autorizar a volta da cobrança do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), criado em 1974. O assunto é espinhoso depois que a Seguradora Líder, um consórcio de empresas do setor, decidiu se autodissolver em 2020. Tudo começou com a diminuição gradual do preço do chamado seguro obrigatório (prêmio, no jargão próprio) que caiu de R$ 105,65 em 2016 para simbólicos R$ 5,21 em 2020, no caso de automóveis.
Entre 2021 e 2023 o prêmio foi zerado para automóveis e uma solução precisa ser encontrada até 31 de dezembro próximo. Sempre se deve lembrar que o chamado Seguro Obrigatório, além de sua função de indenizar vítimas de acidentes de trânsito, impede o licenciamento a cada ano, caso deixe de ser pago pelo proprietário do veículo.
Trata-se de um seguro de grande importância social e econômica por amparar vítimas de acidentes de trânsito, em especial pedestres, independentemente de culpa. Os valores indenizatórios estão congelados há 17 anos e, por consequência, hoje são quase desprezíveis: R$ 13.500 em caso de óbito ou invalidez permanente e R$ 2.700 para despesas médicas e hospitalares.
Atualmente o sistema é gerido pela Caixa Econômica Federal, mas em 31 de dezembro próximo algo precisa acontecer para que o DPVAT (ou outro nome) continue a vigorar de 2024 em diante. Em audiência pública no último dia 17 na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), a matéria foi debatida.
O assunto está afeto ao Ministério da Fazenda. Patrícia Menezes, diretora jurídica do Centro de Defesa das Vítimas do Trânsito, foi enfática, de acordo com a Agência Câmara de Notícias: “Fomos convidados para dar sugestões. Cadê o fundo? O valor? Nós não sabemos quanto tem, onde tem. Precisamos de transparência, ter a real noção para que seja feita, de maneira urgente, a manutenção do seguro DPVAT.”
Somente a atualização pelos 40 salários mínimos, válidos em 2007, as indenizações acima subiriam para R$ 52,8 mil e R$ 10.560,00, respectivamente. Prepare-se porque o valor do novo prêmio deve arder no seu bolso.
Dirigibilidade: fator que diferencia o Honda ZR-V – Colocado estrategicamente em termos de porte entre o HR-V e o futuro CR-V, a Honda aposta que o ZR-V vindo do México, sem imposto de importação, reúne potencial de vender 1.000 unidades por mês. O preço em versão única Touring de R$ 214.500 o torna menos competitivo frente a concorrentes diretos não híbridos como Compass, Corolla Cross, Taos e Tiggo 8, porém todos os itens de segurança, conforto e comodidade são de série.
Visto ao vivo é mais atraente do que em foto ou vídeo, em particular caimento do teto, capô longo e conjuntos ópticos dianteiro e traseiro. Por dentro, surpreende a ótima posição ao volante típica de hatches e sedãs, fugindo da mesmice dos SUVs. Do Civic herdou as saídas do ar-condicionado do tipo colmeia elegantes e eficientes, sem deixar de lado as saídas pelo assoalho para passageiros do banco traseiro. Há oito porta-objetos e até local para laptop.
O console central tem desenho fora do convencional e agradável, bem como as laterais de portas. Tela multimídia de 9 polegadas está bem posicionada com apoio para os dedos que facilita o manuseio com o carro em movimento. Pode recarregar até seis celulares: por indução e por cinco portas USB. Há bom espaço atrás também para pernas, cabeças e ombros, mas o porta-malas de 389 litros perde para os principais rivais.
Um ponto alto do ZR-V é o comportamento dinâmico, em retas e curvas. O motor de 2.0, gasolina, 161 cv e 19,1 kgfm tem desempenho bastante razoável, consideradas as limitações do câmbio CVT de sete marchas. No trecho de avaliação entre São Paulo (SP) e São Roque (SP), os 1.446 kg de massa não atrapalharam ultrapassagens e os quatro freios a disco mostraram precisão e eficiência.
OICA escolheu o Brasil para seu encontro anual – Pela primeira vez a Oica (Organização Internacional de Fabricantes de Autoveículos, na sigla em francês) trouxe sua conferência anual para o Brasil. A reunião em São Paulo (SP), realizada pela Anfavea, contou com 14 dos 36 membros que formam a entidade sediada em Paris, França e fundada em 1919. Quase a totalidade dos 90 milhões de veículos leves e pesados em produção hoje no mundo é de responsabilidade dos filiados desta organização setorial.
O presidente da Oica, o americano John Bozzella, não se furtou em comentar os desafios que as marcas ocidentais enfrentam para acelerar a fabricação de veículos elétricos. Em declarações ao site Automotive Business ele admitiu que fabricantes do Ocidente reconhecem, hoje, problemas técnicos e financeiros superiores aos que se imaginavam inicialmente.
Segundo Bozzella, a situação econômica tanto na Europa quanto nos EUA com inflação e taxas de juros altas tornou os consumidores de veículos mais reticentes em abraçar uma transição que trouxe preços maiores e, inesperadamente, uma competição ferrenha vinda principalmente da China.
Fiat Fastback Abarth acerta na proposta esportiva – Desta vez, nada de mera maquiagem decorativa, rodas maiores, algumas faixas na carroceria e estamos conversados. O Fastback Abarth recebeu tratamento apurado de engenharia e esportividade. Ajudou o fato deste SUV dispensar barras de enfeite no teto e receber uma imperceptível, porém válida redução de 5 mm na altura de rodagem, além de um discreto defletor sobre a tampa do porta-malas.
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Mais interessante ainda é que o motor flex 1.3 turbo manteve os mesmos números de potência – 185 cv (E)/180 cv (G) – e torque – 27,5 kgfm – do Pulse Abarth de menores massa e dimensões, porém ainda assim acelera de 0 a 100 km/h em 7,6 s, exatamente o mesmo tempo. Se a comparação for com o Fastback de motor igual, a versão Abarth é meio segundo mais rápida.
Há uma série de pormenores incrementais que explicam: rodas mais leves, pneus de maior aderência, recalibração do sistema de injeção direta de combustível, uso da tecla “Poison” no raio direito do volante e escapamento duplo bilateral. Durante a avaliação no Autódromo Capuava, em Indaiatuba (SP), transmite a sensação de que se pode acelerar mais a cada volta. A direção é um pouco mais rápida com ótimo resultado (relação 14,5:1 contra 15:1), mediante braços de direção mais curtos, pois caixa em si não mudou.
Apesar dos freios a tambor nas rodas traseiras, a proposta coerente indicaria discos, mas o preço subiria. Da mesma forma, ideal seriam seis airbags em vez dos quatro do projeto original. Esta versão de topo custa R$ 159.990.
Fernando Calmon
fernando@calmon.jor.br e www.fernandocalmon.com.br
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