Não é o câmbio, muito menos as ações que fizeram as vendas de carros no Brasil terem um soluço em outubro. Claro, elas também influenciaram indiretamente, mas o ponto central da queda nas vendas foi o endurecimento da concessão de crédito e as taxas de juro mais altas.
Sinal disso é ver que os carros mais baratos foram os que mais tiveram redução nos emplacamentos. O Gol, por exemplo, chegou a vender 31 mil carros em julho e agora emplacou 23,2 mil. Seu rival foi pior: de 22 mil em julho, caiu para apenas 12,8 em outubro, menos que o Mille.
Mas quem sentiu mais o impacto da crise no mês passado foram Chevrolet e Renault. A primeira vendeu 11 mil unidades a menos que em setembro, cerca de 20% de queda. A segunda comercializou 3,2 mil exemplares abaixo de setembro, queda de 26%.
As japonesas, ao contrário, até subiram. Os sedãs médios Corolla e Civic foram de 4 562 e 6 375 para 4 703 e 6 776, respectivamente. Mas será que os problemas também não chegarão a eles? Vamos esperar…
A conclusão dessa queda nas vendas é que o preço dos carros e os juros pra financiamneto no Brasil são tão altos única e exclusivamente por culpa do consumidor. O governo, os bancos e as montadoras estão agindo conforme as leis de mercado. Não há nada de errado nisso. O brasileiro compra carro mesmo sem ter dinheiro pra pagar. Não olha o preço final e nem mesmo se vai conseguir pagar a prestação: se o banco aprovar o crédito ele compra.
Concordo – em parte. Não há "leis de mercado" quando todo mundo está roubando, principalmente se tratando de bancos e governo – no Brasil.
Essa crise será boa para o consumidor. Menos vendas as motadoras terão que rebolar pra vender carros …..