Quando o Hyundai Veloster chegou ao Brasil, ele foi alvo de uma forte polêmica. E ao contrário dos outros países onde o cupê sul-coreano é comercializado, o principal ponto crítico do modelo “brasileiro” não era nem o visual (que no caso seria de críticas positivas) e nem as três portas do modelo, mas sim o motor. A CAOA, importadora oficial da Hyundai no Brasil, divulgava uma potência de 140 cv, 17 kgfm de torque e injeção direta de combustível.
Porém, muitos que adquiriram o Veloster logo após a sua chegada (há seis meses) começaram a notar que o modelo não tinha tais 140 cv de potência e 17 kgfm de força, além da injeção direta. Além disso, as especificações técnicas reais que comprovariam a real potência do motor não estavam presentes no documento do veículo. Estavam lá no documento os 140 cavalos.
Segundo a Hyundai-Caoa, o Veloster utilizaria um motor 1.6 litro GDI com as mesmas especificações citadas a cima. No entanto, ao abrir o capô do “esportivo”, dava para notar que não era tal motor, mas sim um DOHC, que inclusive tinha este nome identificado na tampa do bloco. Na verdade, o Veloster que é exportado ao Brasil tem propulsor 1.6 litro 16V, mas sem injeção direta, e com um preço de R$ 60 mil a 75 mil reais, podendo ultrapassar os R$ 5.000 com a pintura branca.
E para sanar a dúvida do público, o site UOL Carros levou o Veloster de um empresário – que também se questionava pelo baixo desempenho do modelo – para o dinamômetro da Nascar Chips, em São Bernardo do Campo (SP).
Lá, eles verificaram a tal potência do motor, e também equiparam o veículo com uma “receita” composta por chip de potência e filtro de ar esportivo. Após três medições, foi detectada a potência de 121 cavalos a 6.000 rpm e 15,9 kgfm de torque a 4.500 rpm, o que comprovam a calúnia da CAOA a ponto de atrair o consumidor. Com este aparato, o Veloster tem baixo desempenho. Em testes, o Hyundai foi de 0 a 100 km/h em cerca de 12,8 segundos. Com isso, o automóvel recebeu diversos apelidos. “Lentoster” era o principal deles.
“Quando peguei o carro, achei o desempenho estranho. Ele é bem fraco, mesmo se comparado ao Toyota Corolla blindado que eu tinha”, diz o proprietário. “Se ele tivesse um motor 2.0, com muito mais força, ele ficaria bom. Assim, infelizmente, a esportividade fica só no visual. Esperava mais do carro”, disse o proprietário do veículo.