Assombração que se preze sempre nos surpreende quando menos esperamos. Quem achava, inclusive esse blog, que o Trazo C, aquele horrendo sedã que a Chrysler ousou querer lançar no Brasil, teria morrido, se enganou. A Nissan, quem diria, que mal vende 300 unidades do bom hatch Tiida acha que fará melhor com o Tiida sedã por aqui, justamente o Trazo C original.
O presidente da marca para as Américas, Carlos Tavares, disse ontem, durante a coletiva da parceria da prefeitura de São Paulo com a Renault-Nissan, que serão lançados três modelos no Brasil até o final do ano que vem. Dois já são manjados, o March, nada mais que a nova geração do Micra, e sua versão sedã, mas esta mais elaborada e com visual próprio.
A surpresa foi sugerir a vinda do Tiida sedã ao país este ano com motor 1.6 flex. Mas qual o sentido de colocar um carro de design abominável que chegará aqui, na melhor das hipóteses, por pouco menos de R$ 50 mil? Se usará o motor 1.6 pode ser que a Nissan busque atingir um público hoje que compra sedã compacto premium talvez. Mas basta ver a experiência com o Tiida hatch para constatar que, por melhor que seja tecnicamente, o modelo não “pegou”.
Ontem, durante a curta entrevista que concedeu a alguns jornalistas, Carlos Ghosn, o poderoso chefão do grupo, cobrou melhores resultados da filial brasileira. Para ele, “10% de participação é o ideal para as duas marcas juntas, ou seja, o mesmo que temos no mundo”.
Só que a Renault sofre para chegar a 6% e a Nissan mal passa de 1%. Com o Tiida sedã certamente esse objetivo não será atingido.