Ele não estava em Genebra, mas foi o principal assunto da minha conversa com um executivo da Toyota brasileira, que andava pelos estandes. O Etios, compacto que chega ao mercado brasileiro até o final do ano, é hoje o queridinho da marca. Segundo nosso interlocutor, o modelo – que estreia nas versões hatch e sedã ao mesmo tempo – terá uma dirigibilidade bem acima dos rivais: “é a mesma sensação de guiar um Corolla”, exagera. Ainda segundo ele, pela primeira vez a Toyota deixou que engenheiros de uma empresa de fora andassem no carro para dar um “feedback”, algo que assustou alguns diretores, mas que se mostrou decisivo na hora de identificar possíveis deficiências.
A Toyota oferecerá quatro versões do Etios no país, duas com motor 1.0 e duas com 1.6. Os motores, aliás, virão do Japão, mas já preparados para serem flex. Toda a produção inicial – a partir de agosto – será direcionada ao Brasil – ou cerca de 70 mil carros no início, o que dá uma participação ainda modesta no segmento de entrada. São apenas 5,8 mil unidades por mês das duas versões, algo como 3 mil hatches e 1,8 mil sedãs. Com esse quadro, a Toyota venderá o mesmo que a Nissan com a dupla March e Versa.
O início lento não preocupa o executivo já que é uma característica da Toyota. “Nossos planos são de longo prazo e a capacidade de Sorocaba mostra que temos potencial para ir longe”. E aí uma revelação: a nova fábrica poderá produzir até 400 mil carros por ano e não 150 mil, como anunciado no início. Com essa capacidade, a unidade equivale a quase metade de Betim, a maior fábrica de automóveis do país e uma das maiores do mundo. Não é só. Indaiatuba, segundo ele, comporta alguma ampliação, caso a empresa decida produzir algum modelo mais sofisticado. Se tudo der certo, a operação da Toyota no Brasil pode passar a ser mais parecida com a de outros mercados, onde ela mostra porque é uma das maiores montadoras do globo.