Como dissemos e alguns leitores concordaram no último post, estava mais do que claro que a Toyota acabaria obrigada a corrigir o problema do tapete do Corolla nacional mesmo não aceitando os argumentos do Ministério Público de Minas Gerais. O caso já vinha sendo analisado há semanas, mas a montadora talvez não imaginasse que pudesse ter esse desfecho.
Embora tivesse reconhecido que os acidentes analisados pelo órgão haviam sido causados pelo deslocamento do tapete, a Toyota justificou que nesses casos houve má fixação ou uso de produtos de terceiros não homologados pela empresa.
A montadora, no entanto, ignorou o fato que um simples tapete mal fixado ou fora do padrão não poderia provocar uma aceleração repentina como, de fato, ocorreu. O leitor Hélio resumiu perfeitamente a situação: “Se o tapete é tão perigoso assim, por que a Toyota não o colocou como equipamento de série?”, comentou no post anterior.
A montadora se reuniu esta tarde com o Ministério da Justiça, em Brasília, que determinou o recall do modelo. A Toyota aceitou o fato, mas o considerou uma imposição. Agora ela espera o levantamento dos modelos envolvidos para preparar o chamado e a solução para o problema.
É de se estranhar que três montadoras tão tradicionais como Volkswagen, Fiat e agora Toyota tenham buscado o pior caminho para resolver as suspeitas de defeito em seus carros. Todas acabaram gastando mais do que seria necessário para sanar os problemas e acumularam um desgaste desnecessário ao tentar contestar as decisões da justiça. Aparentemente, recall só vale se partir do próprio fabricante, caso contrário a regra é negar até o fim, mesmo promovendo o reparo. Triste.