Imagine uma luta de boxe. Seu oponente, de repente, perde o protetor dos dentes. O que você faz? Se fosse a Hyundai, esperaria a Toyota se recompor. Já a GM aproveitaria para quebrar os dentes do seu rival. Pela visão da marca coreana – e das japonesas idem -, a situação da maior montadora do mundo pode ocorrer com qualquer uma e não é dessa maneira que ela gostaria de ganhar mercado.
Comemorando o recorde de participação nas vendas globais – agora a marca tem 5% do bolo -, a Hyundai negou qualquer incentivo para compra de seus carros que estivesse casado com os problemas dos modelos da Toyota: “é impensável ligar nossa estratégia aos problemas da Toyota”, disse Park Dong-wook, vice-presidente de finanças da montadora coreana.
A reação dos asiáticos me lembra uma história cujos personagens não me vem a mente exatamente, mas que conta que uma das montadoras japonesas teve um incêndio em sua fábrica e ficou sem condições de produzir seus carros, na época líderes do mercado. As rivais, em vez de aproveitarem o infortúnio, se uniram para dividir a produção dos carros dessa marca, que acredito ser a própria Toyota.
Como se vê, “cada cabeça, uma sentença”. A GM está errada? Talvez não, afinal o capitalismo é assim mesmo, mas que é muito mais digno e positivo para sua imagem uma atitude de respeito como a das marcas asiáticas, isso não há dúvida.
Atualizado em 31/01 – A conversa de boa samaritana da Hyundai não passava de jogo de cena. A montadora também decidiu aproveitar a crise alheia para faturar.