Pobre classe pobre. Procura por uma novidade até R$ 50.000 no Salão do Automóvel? Esqueça. Você vai passar raiva. Com raras exceções, os lançamentos que estão no Anhembi custam acima disso – até os chineses já andam cobrando mais. Significativo, apenas o Nissan March, que chega em 2011 e vai competir no maior segmento brasileiro, o de hatches compactos.
A Fiat mostrou o Uno Sporting, mas alguém imagina que ele vá custar menos de R$ 35.000. A Volkswagen mostrou o Fox e Gol Bluemotion, mas não os lançou (alguém já viu o Polo Bluemotion nas ruas?), a Chevrolet trouxe a Montana que, apesar das críticas, entra na lista, a Ford, nada.
Entre as “new comers”, a Renault preferiu apresentar o Fluence e a Honda, alguns híbridos que passam longe do país. A dupla Peugeot/Citroën se concentrou nos carros mais caros e a Toyota poderia ter apresentado o Etios conceito, para sentir a repercussão do público, mas desistiu. Das coreanas, apenas a Kia terá um representante abaixo de R$ 50.000, o Cerato hatch na versão de entrada.
Até os chineses já não são os mesmos. Na JAC, apenas os J3 custa menos que R$ 40.000, mas acima dos outros conterrâneos. Algumas prometeram novidades na faixa dos R$ 30.000, mas só em 2011. É o caso da Haima e da Chery, esta com o Fulwin 2 e o S18 – o QQ, que poderia ser o mais barato carro à venda no Brasil, ficou para março do ano que vem. A Brilliance, então, só carros mais caros, acima de R$ 55.000.
Talvez o próximo Salão, em 2012, seja o paraíso dos compactos, afinal até lá espera-se que Honda, Toyota, Chery e Hyundai tenham lançado seus nacionais para brigar com Gol, Uno e cia, mas a realidade hoje é que é preciso ter o bolso recheado para sair feliz do Anhembi e correr para uma concessionária.