Para quem, inclusive nós, reclamava da passividade brasileira em relação à criação de uma marca brasileira, eis uma notícia interessante. O Salão do Automóvel deste ano deve ser o palco para a apresentação do Vorax, primeiro superesportivo brasileiro.
A história não é nova, mas tomou outro vulto com a matéria feita pela revista Exame nesta semana. A publicação mostrou detalhes do projeto desenvolvido por Fharys Rossin, ex-designer da GM, que desde 2008 planeja lançar no mercado mundial um esportivo nacional fabricado em Santa Catarina.
O projeto ia bem até que a crise financeira congelou os investimentos. Aí quem apareceu? Natalino Bertin Junior, dono da loja de importados Platinuss, conhecido por vender superesportivos como o Spyker e Pagani. Como é ex-herdeiro do frigorífico Friboi, dinheiro não é problema para ele.
Com isso, segundo a revista, o primeiro protótipo do Vorax (nome ainda não confirmado) estará presente no Salão do Automóvel, em outubro. Usando motor BMW V10 por sugestão de Bertin Junior, o Vorax custará R$ 700.000 e terá desempenho impressionante: 330 km/h e 0 a 100 km/h em 3,8 segundos. O interessante é que o carro da dupla Rossin-Bertin usa tecnologia de ponta e não é mais um esportivo brasileiro na base da carroceria de fibra de vidro.
O chassi é de alumínio e a carroceria, de fibra de carbono. O desenho do carro é bastante interessante (há um desenho na revista) e o motor V10 está instalado na parte frontal, no estilo Ferrari 599.
Apesar de existir um certo receio em relação a esses projetos, a união dos dois faz sentido. Enquanto Rossin garante a parte técnica, Bertin cuidará da comercialização, inclusive para o exterior. A expectativa é vender 50 carros este ano e mais 300 no exterior.
Tudo bem, é ousado para uma marca desconhecida, mas o diferencial é ter um bom carro por um preço mais em conta, coisa que nunca aconteceu por aqui. Esperemos que o Vorax seja mesmo tão bom quanto parece.