Não podemos negar que 2011 foi um ano repleto de novidades no setor automotivo. Ao total, foram mais de 60 lançamentos no mercado nacional, além do anúncio de diversas fábricas brasileiras com previsão de que a linha de montagem comece operar até 2015 e também o aumento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis importados ou com menos de 65% de seus componentes fabricados no Brasil, que entrou em ação no último dia 16.
E revendo todos os lançamentos no Brasil neste ano, selecionamos os principais automóveis que chegaram ao País. Confira abaixo a lista com modelos que abalaram o mercado brasileiro.
Chery QQ – Até o ano passado, o modelo mais barato da Chery era o compacto Face, com preço na casa dos R$ 33 mil. E para atrair a clientela, a marca chinesa apostou no pequeno QQ, que chegou ao País em abril deste ano confiando no custo benefício, no visual simpático e de olho nas vendas de Fiat Mille, VW Gol G4 e Renault Clio.
E o resultado final foi de dar gosto a Chery. O QQ já é o importado mais vendido no Brasil, às vezes ultrapassado pelo J3. O preço do modelo é de R$ 25 mil (sem IPI), mas sofre com a má visão dos carros chineses e a escassez de peças.
Chevrolet Cobalt – Reunir características de um sedã médio, com um espaço interno e porta-malas de dar inveja a diversos modelos de categoria superior. Estes foram os “ingredientes” selecionados pela Chevrolet na criação do Cobalt, desenvolvido no Brasil e que foi lançado pela marca no segundo semestre para atender a classe C, assim como o Renault Logan e o Nissan Versa.
O modelo vem equipado com o conhecido motor 1.4 Econo.Flex de 102 cv. São três versões: a LS, de entrada, a LT, intermediária e a topo de linha LTZ, com preços de R$ 39.980, R$ 43.780 e R$ 45.980.
Chevrolet Cruze – Lançado nos Estados Unidos em 2009, o Cruze é um veículo de grande sucesso não só no mercado norte-americano como em todo mundo, no entanto já é o automóvel mais vendido da Chevrolet no mercado global. Agora foi a vez do Brasil para o Cruze mostrar suas qualidades.
O sedã médio da Chevrolet é sem dúvidas um bom carro. O moderno motor 1.8 de 144 cv com transmissão automática ou manual, o espaço interno digno e o porta-malas espaçoso são suficientes para enfrentar a concorrência. Porém, um dos principais atrativos são o belo painel e o visual exterior, marcado pela nova identidade visual da GM. O Cruze também está fazendo sucesso no Brasil: já é o segundo colocado entre os sedãs médios. O modelo parte de R$ 67.900 na versão LT, podendo chegar a R$ 78.900 na versão top de linha LTZ.
Citroën C3 Picasso – Diferentemente do que acontece na indústria automotiva, a Citroën optou por lançar primeiro a versão aventureira do C3 monovolume, o AirCross. E em maio a francesa apresentou o C3 Picasso, modelo sem os adereços off-road, uma espécie de “carro de mãe”.
Os principais concorrentes do Citroën C3 Picasso são o Fiat Idea, Honda Fit, Volkswagen SpaceFox e JAC J6. O motor é o conhecido 1.6 litro flex com 110 cv de potência máxima com câmbio mecânico ou automático e o preço é na média dos concorrentes, que vai de R$ 48.490 a R$ 64.890, em três versões de acabamento: GL, GLX e Exclusive.
Fiat 500 – O 500 já era um velho conhecido dos brasileiros. Lançado em 2009 no Brasil, o carrinho retrô da Fiat sofria com o preço irreal para um modelo de seu porte, de R$ 63 mil, podendo atingir os R$ 68.970. Porém, a Fiat reverteu à situação e lançou em agosto deste ano o Cinquecento importado do México, sem os impostos de importação e um preço bastante atraente.
Além do preço, o modelo recebeu motor 1.4 Fire Evo flex para a versão Cult, de entrada, e 1.4 16V MultiAir de 105 cv para as versões Sport e Lounge, além de três opções de câmbio: manual, Dualogic e um automático de 6 marchas. O Fiat 500 Cult é vendido por R$ 39.900 (manual) e R$ 42.990 (Dualogic), o Sport por R$ 48.800 (manual) e R$ 52.800 (automático), já o Lounge é comercializado em variação única automática por R$ 54.800.
Fiat Freemont – O Freemont foi lançado no mesmo mês do Cinquecento, e assim como o pequeno fun car, vem importado do México sem impostos de importação. O modelo é o primeiro da Fiat no segmento de SUVs, e nada mais é do que um Dodge Journey com logotipos da Fiat.
São duas versões: Emotion e Precision, ambas equipadas com um motor 2.4 com 172 cv associado a um câmbio automático de 4 marchas, que é apenas suficiente para empurrar o modelo, sem nenhuma pitada de esportividade. Além disso, o interior do Fiat Freemont é versátil, graças à ampla oferta de portas-objetos e os sete assentos na versão mais cara. Os preços são de R$ 81.900 e R$ 86 mil.
Fiat Palio – Este foi senão o principal lançamento do segmento automotivo no Brasil neste ano. A segunda geração do Fiat Palio finalmente foi lançada e chegou agitando o segmento de hatches compactos e no primeiro mês inteiro de vendas (em novembro), ficou na quinta colocação com 10.573 emplacamentos.
O modelo cresceu em todas as dimensões, ficou mais bonito e recebeu um interior mais requintado, além de motorização renovada. Desde a versão mais básica, a Attractive 1.0, há direção hidráulica e computador de bordo de série. Os preços do novo Fiat Palio são: Attractive 1.0 R$ 30.990, Attractive 1.4 R$ 34.290, Essence 1.6 R$ 37.990, Essence Dualogic R$ 40.490, Sporting 1.6 R$ 39.990 e Sporting Dualogic R$ 42.490.
Ford New Fiesta Hatch – Ele não foi apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro de 2010, e chegou um ano depois do lançamento da carroceria sedã. O New Fiesta Hatch demorou pra chegar, mas desembarcou no território nacional apostando na segurança, tecnologia, visual agressivo e conforto a bordo para bater seus concorrentes, como o Fiat Punto e o Volkswagen Polo.
O visual não devemos nem comentar, este é o ponto forte do carro. Porém, repetiu os deslizes do sedã, como no caso do espaço interno traseiro limitado e o preço elevado, podendo chegar a R$ 56 mil na versão topo de linha, com 7 airbags, bancos em couro, volante multifuncional, rodas aro 16 e o sistema SYNC, desenvolvido em parceira com a Microsoft.
Hyundai Elantra – Assim como os demais lançamentos citados nesta matéria, o Hyundai Elantra também chegou ao Brasil neste ano visando atrair os olhos do público nativo. O design foi a principal arma do sedã médio sul-coreano, que foi lançado pela Hyundai sem fazer muito alarde no País e, assim como os demais novos automóveis da marca no Brasil, nem mesmo um evento de lançamento para jornalistas foi realizado.
O modelo conta com um bom e econômico motor 1.8 de 148 cv e 18,1 mkgf de torque, com transmissão automática ou mecânica. Se por um lado o Elantra tem suas qualidades, no outro há seus pontos negativos. O principal dele é o preço, irreal para um modelo da sua categoria. A ganância da Caoa fez com que o Hyundai Elantra chegue a custar até R$ 84.900 na versão mais cara com teto solar. Algumas revendas cobram R$ 91 mil no modelo. A variante mais básica é vendida pelo preço sugerido de R$ 71.850.
Hyundai Veloster – Assim como o Elantra, o Veloster chegou ao segundo semestre de 2011 e apostou no visual atraente. O cupê com um quê de hatchback tem três portas (uma do lado esquerdo e duas do lado direito) e linhas com a “escultura fluída” da Hyundai, que o deixou bem bonito e esportivo, isso não podemos negar.
Porém, ao contrário do visual, o motor do Veloster não oferece esportividade. São apenas 128 cv, diferente do que a Hyundai anuncia em suas propagandas, onde o motor passa a ter 140 cv e injeção direta de combustível. O preço do modelo é de R$ 75.700 a R$ 82.900. E a exemplo dos demais modelos da Hyundai, as cores disponíveis são apenas preto e prata, e para levar pra casa um Veloster branco o cliente terá de desembolsar R$ 5 mil a mais.
JAC J3 – Dia 3 de março foi à data escolhida por Sergio Habib para lançar uma nova marca por aqui. A chinesa JAC Motors (sigla referente à Jianghuai Automobile Co.) em seu primeiro dia de vendas abalou a imprensa automotiva. De cara, foram 50 concessionárias inauguradas simultaneamente por Habib. Os primeiros modelos oferecidos pela marca asiática foram os compactos J3 hatch e o J3 Turin, com preços de R$ 37.990 e R$ 39.990 e “nada mais”.
E para atrair ainda mais os consumidores, a empresa contratou como garoto-propaganda o apresentador Faustão, que até hoje protagoniza os consumidores da JAC no Brasil. Foi lançada neste segundo semestre a minivan J6, com versões de cinco e sete lugares de olho no mercado de Zafira e Grand Livina. Para 2012 estão previstos o pequeno J2 e o sedã médio J5.
Kia Picanto – Tão aguardado pelos brasileiros, a nova geração do Picanto finalmente está entre nós. O hatch deixou de lado o visual afeminado e os pontos negativos e vestiu um design exuberante e melhorias por todas as partes. O interior foi totalmente remodelado. O motor também foi trocado, o novo bloco 1.0 litro Kappa Flex gera 80 cv com etanol e torque de 10,2 kgfm, ou seja, números dentro do padrão dos demais modelos nacionais com motorização de um litro. Porém, o Picanto é o primeiro veículo com motor 1.0 no País com transmissão automática, que equipa as versões mais caras do Kia.
Contudo, assim como os demais automóveis importados, o hatch sul-coreano sofre com a crise do aumento de IPI. Em seu lançamento, o modelo era vendido por R$ 34.900 (sem o típico ágio cobrado pelas revendas). Hoje, ele é comercializado por R$ 39.900, podendo chegar a R$ 49.900 no modelo topo de linha, perdendo um dos melhores custo benefício do segmento.
Land Rover Evoque – O visual pra lá de belo e a tradição da Land Rover no mundo dos SUVs deverá fazer o sucesso do novíssimo Evoque, que chegou ao Brasil há pouco tempo e já conquistou o coração de vários brasileiros endinheirados. O Land Rover Evoque é vendido em três versões de acabamento, a Pure, a Prestige e a Dynamic. O preço varia de R$ 164.900 a R$ 231.900, e utiliza um motor 2.0 litros turbo a gasolina de 240 cv. A versão cupê, com duas portas, é vendida por R$ 167.900 a R$ 263.900, nas versões Pure e Dynamic.
Nissan March – O March é a principal aposta da Nissan para se tornar a marca japonesa com maior volume de vendas no Brasil. E para conseguir este feito, a fabricante lançou o hatch compacto com alma japonesa e origem mexicana com preço atraente.
Desde a versão mais básica, o Nissan March conta com airbags de série pelo preço de R$ 27.790 com motor 1.0 de 74 cv, podendo chegar a R$ 34.810 com todos os opcionais. Há ainda a versão com motorização 1.6 de 111 cv que tem preços de R$ 35.890 a R$ 39.990. VW Gol e Fiat Uno são os principais concorrentes do March.
Nissan Versa – Assim como o March, o Versa faz parte da estratégia mercantil nacional da Nissan. A exemplo do Cobalt, o Versa também traz qualidades não disponíveis em veículos de sua categoria (de sedãs compactos). O sedã japonês conta com espaço interno honrado e porta-malas amplo, combinado ao preço de R$ 35.490 a R$ 43.980, sempre com motor 1.6. O também recém-chegado Cobalt e o velho Logan disputam mercado com o Nissan Versa.
Renault Sandero – Lançado no País em meados de 2007, o hatch francês já mostrava sinais de cansaço. A concorrência foi se renovando, com a chegada do Chevrolet Agile e com a fundamental renovação do Volkswagen Fox. E vendo o mercado crescer, a Renault finalmente aplicou mudanças no Sandero. E não foram mudanças simples não. O dois-volumes ganhou um visual com alterações significativas, suficientes para deixá-lo com ar de novidade para os próximos anos.
Por fora foi adicionada a nova identidade visual da Renault, com novo para-choque frontal, faróis com nova iluminação, capô, grade, rodas, tampa do porta-malas e lanternas. Por dentro o Sandero ganhou ainda mais melhorias, corrigindo pontos críticos do modelo antigo, como o posicionamento dos vidros elétricos, além da adoção de um novo sistema de som, que segundo a Renault agora é “3D”.
Renault Fluence – A Renault apresentou em fevereiro deste ano o Fluence, que chegou ao País para ocupar o lugar do Mégane. Apesar de não ter obtido vendas de arrancar suspiros, o três-volumes tem lá seus méritos. E quantos méritos… Em todos os comparativos realizados pela imprensa automotiva, o Renault Fluence ficou a frente de todos os seus concorrentes. O motivo? Simples: o automóvel oferece conjunto mecânico de dar gosto e um preço extraordinário, combinado a bela lista de equipamentos.
O Fluence vem equipado com um propulsor 2.0 litros flex com 143 cv com etanol e 140 cv com gasolina, com torque máximo de 20,3 mkgf e 19,9 mkgf, respectivamente. Há transmissão manual de seis marchas ou a consagrada CVT sequencial, que melhora ainda mais o prazer ao dirigir. Desde a versão mais básica, a Dynamic, o Renault traz de série seis airbags, ar-condicionado digital com duas zonas de regulagem de temperatura, direção hidráulica, computador de bordo, freios com sistema ABS, rádio CD Player com reprodução de arquivos em MP3, rodas de liga leve de 16 polegadas, computador de bordo e sensores crepuscular e de chuva.
A topo de linha é a Privilège, que agrega bancos revestidos parcialmente em couro, controle de estabilidade (ESP), piloto automático, rodas de liga leve de 17 polegadas e sistema de navegação por satélite (GPS) integrado no painel. O preço? Ai o Renault Fluence mostra um de seus pontos fortes. O modelo Dynamic manual sai por R$ 61.105, já o Dynamic CVT tem preço de R$ 64.410. O topo de linha é vendido pelo valor de R$ 77.385, mas incluindo opcionais como teto solar e faróis Xênon, o preço salta para R$ 81.440.
Renault Duster – Além do Sandero – que alavancou as vendas da Renault no mercado, se posicionando no quarto lugar no ranking de marcas – e do Fluence, a Renault apresentou aos brasileiros um novo integrante para seu portfólio nacional. Trata-se do Duster, um crossover compacto para enfrentar tanto os modelos com visual aventureiro (como Idea Adventure e Citroën AirCross) como o EcoSport, sua principal mira.
A receita foi praticamente à mesma do arquirrival da Ford, que inclui aparência robusta, posição de dirigir elevada, espaço interno razoável e porta-malas amplo, com direito a diversas versões e dois tipos de motorização e transmissão. O step preso na tampa do porta-malas não foi incluído. Apesar disso, o Renault conquistou os brasileiros e nos seus últimos mês de vendas ficou a frente do EcoSport. E para isso a Ford já está com a carta nas mangas e prepara o lançamento da nova geração do Eco.
Toyota Corolla – Com a chegada dos franceses Fluence e 408 e notando as expectativas dos brasileiros para o lançamento de Chevrolet Cruze, Honda Civic, Hyundai Elantra e VW Jetta, a Toyota modificou um de seus modelos de maior sucesso no Brasil. O sedã médio Corolla na linha 2012 foi lançado no dia 22 de março, com mudanças sutis no visual, no motor 1.8 e nos preços.
Por fora o Toyota Corolla ficou semelhante ao irmão maior Camry, devido os faróis mais esticados e a grade com uma espécie de “nariz” na parte superior da grade, que carrega o logotipo da Toyota. O motor 1.8 ganhou melhorias, que agora conta com o Dual VVTi, duplo comando variável de válvulas, assim como o motor 2.0, e passou a ter maior potência e melhor eficiência. Apesar dos preços elevados, o sedã japonês continua firme e forte (e com folga) na liderança dos sedãs médios.
Toyota Hilux – Para não perder a liderança de picapes médias com a chegada da nova geração de Ford Ranger e Chevrolet S10, além da futura versão automática da Amarok, a Toyota se mexeu e lançou um face-lift para a Hilux (assim como a SW4), com traços que lembram o sedã médio Corolla. Foram aplicadas também mudanças no interior, com a inclusão de um sistema de som sensível ao toque no painel, além do novo volante multifuncional.
A principal novidade, porém, foi adiada para fevereiro, quando a Toyota Hilux ganhará o tão esperado motor flex 2.7 VVT-i com 158 cv com gasolina e 163 cv com etanol. O preço, entretanto, ganhou aumento. A versão STD custa R$ 93.260, a SR R$ 111.800, a SRV R$ 127.260 (R$ 134.410 com transmissão automática) e a SRV Top custa R$ 141.920.
Volkswagen Jetta – O Bora nunca obteve vendas atraentes desde seu lançamento até sua morte. O sedã médio requintado Jetta também não conseguia um sucesso significativo. E vendo essa crise, a Volkswagen lançou no início de 2011 o novo Jetta, que matou de uma só vez os dois jurássicos modelos.
A receita foi comercializar duas versões, uma com motor fraco e preço razoável e outra completamente diferente, com motorização potente e câmbio excelente e preço elevado, ambos com o visual global da marca. E parece que isso deu certo. A versão com o velho motor 2.0 8V de 120 cv do Jetta correspondem a mais de 70% das vendas do sedã no Brasil, o que fez com que o VW assegurasse a terceira posição no ranking dos sedãs médios.
2012
Se 2011 foi um ano estremecido, o próximo ano promete ainda mais novidades. De início, em janeiro, chega às revendas a nona geração do sedã Honda Civic, e meses depois desembarca ao País as novas Ranger e S10. Há ainda os novos Fiat Siena, Ford EcoSport, Hyundai i30, Honda CR-V, Chevrolet Sonic, Chevrolet Cruze Hatch, Citroën C3, Peugeot 308, Toyota Etios, Hyundai HB, Volkswagen Gol e Voyage, Chevrolet PM5 e PM7, Volkswagen Beetle, Audi Q3, Audi TT RS, Audi A1 Sport e A6 Avant, BMW Série 3, Kia Optima, Kia Sportage Flex, Kia Rio, Mercedes-Benz Classe B e Chery S18.