Nem equipe de televisão, nem revista, nem jornal. Os primeiros “comunicadores” a entrarem em contato com o Renault Duster no Brasil foram os blogueiros. Os departamentos de marketing e publicidade da Renault convidaram a turma para um evento diferenciado neste último final de semana em São Paulo chamado #dusterexperience (experimente essa hashtag no google e veja quantos resultados aparecem). É um daqueles encontros com profissionais que gostam de usar termos como “target”, “brand” e outras palavras em inglês que também possuem um equivalente em português. É uma espécie de tique-nervoso, mas eles são legais. Imagine o que eles falam de nós?
Mas eles também são superinteressados em saber o que nós temos a dizer, ou sobre nós e tudo mais que puder puxar uma conversa. Foram chamados blogueiros que escrevem sobre cultura, viagens, humor e até sobre gravidez. A turma dos carros também apareceu, o que um privilégio para a “classe”.
Lá dentro – aliás, não lembrava como era frio o espaço – assistimos uma aula sobre as estrelas, o que em seguida nos levou ao assunto “Universo”, claro. “Universo Duster” pra cá, “Universo Duster” pra lá, ressaltando atributos como “robustez” (eles adoram essa palavra), “bonito” e mais um monte de adjetivos para chegarmos ao ponto sobre o modelo atender diversos estilos (por isso os blogs de viagens, gravidez, humor…). A palestra foi ministrada por Domenico Massareto, diretor de criação da agência ID/TBWA, que faz as propagandas da Renault. Ele também usa gravata com tênis e tem meias do Youtube. “Todo mundo tem um estilo, mesmo assumindo que não. Eu, por exemplo, sou nerd”, revelou. Ok, e o Duster?
Depois de conferir os meteoros encontrados em Omã e na Bolívia em exposição do saguão do Planetário seguimos para um belo almoço no restaurante do MAM (Museu de Arte Moderna). Após a refeição fomos novamente para a van sem saber qual seria o destino. Apostas não faltaram. “Centro”, “Masp”, “Vale do Anhangabau”. Nada disso, andamos pouco e logo estacionamos em um campo de rugby ao lado do parque. Na beira do campo estava o Duster coberto, mas ainda tinhamos uma atividade. Sim, jogar rugby!
Já havia participado de um treino desse esporte uma vez e ainda lembro das pancadas que tomei e os ralados pelo corpo inteiro, sem falar nas dores que seguiram no dia seguinte. Acho um esporte muito legal, mas ainda prefiro o bom e velho futebol. Para orientar os blogueiros a Renault chamou alguns jogadores do Curitiba Rugby, um dos times de destaque na modalidade no Brasil.
Assim como os publicitários, que falam “target” e usam meia do Youtube, os jogadores de rugby também têm um biotipo: são sempres enormes e não se importam em levar pancada. Mas eles pegaram leve com a gente.
Aprendemos a arremessar a bola oval, fazer os passes (é permitido somente para jogadores na linha da bola ou atrás dela, sabia?), o tackle (quando um jogador abraça as pernas do oponente), o scrum (aquele empurra-empurra de ombros) e o “elevador”, quando dois jogadores do mesmo time levantam um companheiro (o “pilar”) até o alto para receber a bola na cobrança de lateral. Para realizar esse movimento são precisos dois caras fortes, os elevadores, e outro magro, o pilar. Eu peso meros 65 kg. Adivinha quem foi o escolhido para ser erguido?
Foram duas demonstrações com os jogadores (quase sai voando na primeira) e logo em seguida fui “passado” aos blogueiros. A primeira foi mais ou menos, a segunda foi toda torta e na terceira os “elevadores” fizeram uma lambança e pimba! Cai de cabeça no chão e apaguei. Disseram que minha cabeça quicou no campo. Ainda bem que não era uma quadra de piso rígido, não é Renault?
Acordei logo depois com um médico segurando minha cabeça fazendo as perguntas padrão para quem bate a cabeça com força. É engraçado que na hora você realmente leva um tempo para lembrar o próprio nome e onde está. Seria essa uma #dusterexperience?Oras, jogadores de Rugby que batem a cabeça no chão também são um cliente potêncial para o carro, não?
No final das contas fiquei de fora do treino de chutes no H, e com gelo na cabeça sosseguei na sombrinha da tenda com todas as publicitárias bonitonas da Renault fazendo biquinho de “tadinho” pra mim. Meninas, não se preocupem, estou bem! Só ganhei um galinho na cabeça. Mas e o Duster?
Enfim, o Duster
Ufa! vamos lá. Quem nos mostrou o carro foi o francês Romain Darmon, Brand Manager (tudo sem aspas) da Renault no Brasil. Ele nos falou um pouco sobre a tração 4×4 do Duster, que varia a distribuição da tração conforme a necessidade de maneira eletrônica. Explicou também alguns dos detalhes visuais do carro, como por exemplo o sobressalto no capô e a linha de cintura elevada, técnicas de design que caracterizam os chamados carros “ robustos”.
De perto o carro é bonito, mais até que o EcoSport, que está muito quadrado para os tempos atuais. Não gostei do nome do modelo na traseira em letras de outdoor e da tampa do tanque de combustível, que é enorme. Fora esses detalhes, ele agrada.
Também pudemos conhecer o interior, mas o Brand Manager não nos deixou tirar fotos. É uma espécie de “Sanderão” – o modelo tem a mesma plataforma de Sandero e Logan – com teto alto e interior largo. O acabamento segue o mesmo tom do hatch na linha 2012, com painel central com placa laqueada e plástico imitando a textura de borracha. Sentei na posição do motorista e o que me agradou foi o manejo do câmbio manual. É justinho como o de um Golf. Mas nada de andar no carro. O motor nem foi ligado, diga-se.
O contato com o Duster mesmo foi a menor das partes do evento, que valeu pelo passeio nostálgico. Sobre o preço, disseram se tratar apenas de um valor “competitivo”. Eu ainda ganhei um boneco do Aquaman estilizado com o meu rosto. Sensacional a lembraça, já está na mesa do escritório. Só que eu ainda não entendi o real propósito do encontro. Será a pancada na cabeça?