Durma com essa. Se o projeto de incentivo aos carros ecológicos preparado pelo governo for mesmo esse, quem comprar um Prius, da Toyota, deixará de pagar 35% de imposto de importação – a alíquota cairá para 2%. Já se a Nissan tentasse vender o Leaf no Brasil, o cliente pagaria o máximo da mesma alíquota. Mas, afinal, por que a diferença?
Segundo apurou o jornal Valor Econômico, a razão está na tecnologia. O Nissan Leaf é 100% elétrico e precisa de estações de recarga para ter autonomia. Já o Toyota Prius é um híbrido de primeira geração, cuja bateria é recarregada pelo próprio carro e tem carga limitada. Mas, para os burocratas de plantão, o Toyota e seus semelhantes como o Ford Fusion, não ameaçam, vejam só, o sistema elétrico do Brasil. O jornal diz que, com a ameaça de falta de eletricidade, o governo estaria receoso de aprovar uma lei que incentive carros que usariam a rede elétrica do país para recarregar. Já híbridos como o Prius não têm esse problema, além de não exigir uma infraestrutura de postos de recarga que é inexistente em nosso território.
O projeto deve ser divulgado ainda em setembro e mostra como o Brasil pensa a curto prazo. O híbrido que se autocarrega é um veículo interessante, mas deve virar minoria dentro de algumas décadas, quando os híbridos plug-in e elétricos puros tiverem autonomia maior e a infraestrutura esteja desenvolvida. E, mais um vez, no lugar de pensar de forma abrangente e com foco no longo prazo, nosso país prefere criar regras com exceções, beneficiando A ou B. Uma pena.
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Acreditar que algumas dezenas de elétricos possam pôr em risco o abastecimento de energia elétrica no país é risível. Afinal de contas, mesmo com a desoneração de impostos, o carro elétrico ainda é estupidamente caro. Estima-se que o Prius, com o desconto, custe um pouco menos de R$ 100 mil – hoje sai por pelo menos R$ 120 mil e mal vende. Alguém que precisa ‘ligar o plug na tomada’ em Brasília.
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