Primeira presidente mulher da General Motors no Brasil, a americana Denise Johnson pediu demissão da montadora. A notícia foi dada pelo presidente da GM na América Latina, que ocupou a vaga dela anteriormente e que agora acumula o cargo até a indicação de outro executivo.
Segundo a GM, Denise alegou motivos pessoais para sair e dá a entender que seguirá carreira em outra empresa. A executiva assumiu o cargo em julho do ano passado, vinda da área trabalhista da matriz, em Detroit. Logo que chegou, Denise quis conhecer os produtos da empresa e tinha como meta o plano de renovação da linha, que terá muitas novidades este ano.
Alguns analistas de mercado já culpam a saída à queda na participação de mercado da Chevrolet, mas acho prematuro dizer que ela foi cortada tão repentinamente. Não houve tempo de ver seu trabalho aparecer e ninguém em são consciência sairia às vésperas de ter tantos produtos importantes para lançar.
Atualizado às 15h35 – como prometido, fomos tentar ouvir pessoas de dentro da GM para saber o que ocorreu. Segundo relato de uma fonte, Denise teria se desentendido com a cúpula da engenharia da montadora – leia-se Pedro Manuchakian. Engenheira de formação, a ex-presidente teria tentado mudar vários projetos contra a vontade de seus comandados diretos. A revista Exame diz que a Montana teria atrasado dois meses por conta de modificações pedidas pela ex-presidente para melhorar sua qualidade. A mudança causou prejuízos e enfraqueceu a posição da executiva.
Um ex-designer da GM nos disse recentemente que a área de engenharia da montadora é uma espécie de barreira intransponível onde a maior parte dos projetos acaba virando suco em favor de produtos mais simples e com custo mais baixo. Claro que há de se relevar a opinião de um funcionário de um setor que obviamente busca criar o melhor possível sem ver as consequências financeiras disso, mas basta reparar na linha ultrapassada da Chevrolet para ver que talvez a engenharia da empresa esteja exagerando na dose. Será?