O que era esperado desde a semana passada ocorreu mesmo: a General Motors fechará a marca Pontiac, só que no final de 2010 apenas. Antes disso, três outras marcas darão adeus ao grupo GM – Hummer, Saturn e Saab. Estas três deverão ser negociadas até o final deste ano.
As medidas anunciadas hoje pelo presidente da empresa, Fritz Henderson, são as mais sensatas e agressivas até hoje tomadas. O ex-CEO, Rick Wagoner, preferiu empurrar o problema com a barriga e manter toda a estrutura inchada da empresa esperando dinheiro do governo.
Henderson também anunciou um encolhimento da GM sem paralelo. Além das marcas fechadas – apenas Chevrolet, Buick, Cadillac e GMC continuarão do lado americano -, 13 das 47 fábricas da empresa serão fechadas e 21 mil pessoas serão demitidas. A rede de concessionários cairá de 6 246 para 3 605 pontos de vendas.
É uma pena pelos empregados, mas o caminho era esse ou todos na rua com a falência da empresa. Mas não é só isso. O ponto-chave do plano envolve os credores. E a GM fez uma proposta curiosa para eles, para não dizer o mínimo: em troca de cada US$ 1 000 de dívida com a empresa, eles receberão 225 ações da GM.
A ideia é que, com a recuperação da fabricante, os credores/acionistas poderiam vender sua ações no mercado e recuperar o dinheiro investido. Ao mesmo tempo, a GM voltaria a ter dinheiro em caixa. Mas para funcionar, Henderson quer 90% de adesão.
Hoje as ações da GM valem pouco mais de US$ 2 e o preço pedido no pacote é de US$ 4,44. Ou seja, os credores precisariam de algum tempo para recuperar o “investimento”, mas para quem já teve ações negociadas por uma valor dez vezes maior, isso não parece ser um problema.
Agora, o tempo está contando. Se não conseguir o apoio dos credores, a empresa deverá pedir concordata em junho