A Peugeot lança nesta semana seu segundo modelo inédito no Brasil em 2011. É o cupê RCZ, uma espécie de clone francês do TT, da Audi. Aliás, em relação ao alemão, o RCZ será bem, bem mais barato, como já havia antecipado para o Blogauto um executivo da marca. O preço? R$ 139.900, pelo menos até o fim do estoque de 200 unidades trazidas na primeira leva.
Afora a falta de tradição da marca nesse segmento, o RCZ parece ser uma boa aposta – assim como o crossover 3008. Tem o elogiado motor THP (feito em parceria com a BMW), um turbo de injeção direta que, com apenas 1.6 litro, gera 165 cv de potência e 24,5 kgfm de torque – a transmissão é automática sequencial de seis velocidades.
Parente da família 308/408, o RCZ, no entanto, tem mais um toque quase “germânico”: é feito na Áustria, na fábrica da Magna Steyr. A Peugeot espera vender em torno de 15 unidades por mês, nada que impeça a entressafra de vendas atual, claro.
Sequência de erros
Quem sabe em 2012, com 208 e 308, a Peugeot recupere o espaço perdido nos últimos tempos. Arrisco dizer que a marca francesa é a maior perdedora entre as grandes montadoras instaladas no Brasil. Depois de surfar no sucesso do 206 e não saber aproveitar esse momento, os franceses insistem em errar seguidamente. Primeiro foi a inócua promoção do 206 em “207 brasileiro”, estratégia que acabou com a imagem do carro. Mais recentemente, outros erros. Gastou dinheiro para lançar a Hoggar, picape compacta que só vende no Brasil e que atua num segmento em que a tradição pesa muito. Em seguida, trouxe o crossover 3008, mas não deu conta da demanda até hoje.
Em março lançou o sedã 408 que, apesar do belo design (em contraste ao 307 Sedan), não tem vendido muito. Além das razões que, como leigo, não sei apontar, diria que o 408 teria outro posicionamento se a Peugeot optasse por aposentar o motor 2.0 e o horrendo câmbio automático de 4 marchas pela dupla THP/automático de seis velocidades que chegará, sim, mas na versão top do carro, com preço impraticável.
Não é à toa que a Peugeot esteja num incômodo 10º lugar entre as marcas mais vendidas em 2010 – em setembro foi apenas a 11ª, atrás da Kia. A irmã Citroën, com estratégia mais adequada, é a 8ª mais vendida.