A família Peugeot lutou até o fim, mas não conseguiu manter seu grupo PSA Peugeot Citroën sob seus domínios. Endividada e vendo seus carros encalharem, a fabricante aceitou a proposta de venda de parte das ações para o governo francês e para a montadora chinesa Dongfeng, a segunda maior do país. Os dois novos sócios passaram a ser majoritários no novo arranjo societário.
Para isso, os dois novos sócios investirão 3 bilhões de euros na PSA, que anunciou ontem um prejuízo quase tão volumoso – de 2,3 bilhões de euros em 2013. A negociação já existia há tempos, mas a família Peugeot resistia em perder a liderança da empresa, cuja fundação é dos tempos de Napoleão.
A partir de agora, a PSA investirá mais pesado ainda em mercados emergentes, sobretudo na China onde a meta é vender 1,5 milhão de carros em parceria com a Dongfeng a partir de 2020. O Brasil também está na mira, com a linha 208 que ganhará o jipinho 2008 até o final deste ano.
Corte na carne
Apesar do anúncio salvar o futuro da empresa, analistas europeus estão céticos a respeito da nova composição societária. Isso porque um dos pontos fracos da PSA é a estrutura inchada e ineficiente na Europa. Para resolver o problema seria preciso fechar fábricas e cortar funcionários, mas é algo que o governo francês não admite – ele também é sócio majoritário da Renault.
Seja como for, a PSA ainda precisará mostrar muitos avanços para dissipar as dúvidas quanto ao seu futuro. A empresa tem dificuldades em desenvolver tecnologias avançadas – depende da BMW para sua linha de motores – e também vende modelos de outras marcas como a Mitsubishi. O Brasil, que já foi um mercado promissor para ela, tem cada vez comprado menos Peugeot – a Citroën ainda se sustenta.
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O negócio com a Dongfeng segue uma tendência recente em que empresas de países emergentes assumem companhias tradicionais do Ocidente. Primeiro foi a indiana Tata, que adquiriu a Land Rover e a Jaguar, ambas britânicas. Depois a Geely comprou a sueca Volvo e vale colocar nessa conta até a coreana SsangYong que foi assumida pela indiana Mahindra.
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