Lembro da primeira vez que vi o 207 Passion: a impressão era de que ele havia sido engolido por um 407. Os enormes faróis e a traseira volumosa contrastam demais com as pequenas portas. Ao vivo, não sei se me acostumei ou se realmente o visual tem até alguns ângulos aceitáveis. Pelo que vocês escreveram no post anterior, o estilo do 207 sedã não agradou a maioria e não dá mesmo para fazer milagre – é um facelift muito pesado sobre um projeto de mais de 10 anos.
Uma coisa conta a favor. A primeira sensação é de que nosso 207 está mais caprichado. Os elementos demonstram uma qualidade acima da média dos compactos, ainda mais nessa época de carros de plástico. E eis aí um aspecto que tem de ser levado em conta: plástico é uma tendência sem volta, não tem jeito. Até carros mais caros usam, mas existem “plásticos” e “plásticos”. Pegue na maçaneta interna de um Fiesta ou de um Celta. Parece material de brinquedo que vai quebrar se você fizer muita força.
O Peugeot agrada nesse ponto – a nova “cobertura” do painel, por exemplo, tem uma textura bacana, que dá uma impressão de sofisticação, bem ao contrário de Logan e cia. Não digo que seja ideal, mas não deveria custar tanto para as montadoras caprichar um pouco no interior.
Bem, mas nesse post quero falar do porta-malas, a maior novidade desta versão. Com 420 litros, não está tão perto dos maiores do mercado, como o Siena e Symbol, mas dá conta do recado. Agora, estranhei mesmo foi a maneira que a Peugeot imaginou abrir a tampa. Alavanca ou botão no console? Não. Acionamento pela chave? Também não. Botão elétrico acima da placa? Passou longe. Para abrir o porta-malas, você precisa apertar a fechadura. Pode parecer trivial para alguns e comum em carros mais antigos (me veio à mente a Caravan, da Chevrolet), mas precisei olhar no manual para descobrir.
Nesse ponto, gosto da solução do Voyage e sua tampa com molas que abre sem você precisar colocar as compras no chão. Como disse, o espaço é bom, e o piso fica numa posição elevada que evita que você se incline demais para acessá-lo. Detalhe: a Peugeot cobriu a base das hastes da tampa com forração para dar uma melhor impressão.
Nos próximos posts vamos falar um pouco sobre o pacote de equipamentos, que tem diferenças estranhas, como bem observou o Leandro, o JD Fortuna, o Rafael e o Marcial.