Os mais velhos se lembrarão do primeiro Corsa nacional. Em 1994, sem um modelo pequeno para brigar com o Uno, a Chevrolet foi buscar na Europa a 2ª geração de um compacto que acabava de chegar ao mercado. O Corsa era bem desenhado, atraente e prático. A recepção no Brasil foi das melhores a ponto de o carrinho dar origem a sedã, perua e picape. Tudo ia bem até 2002 quando a montadora lançou a 2ª geração nacional, moderna (tinha até sub-chassi), bem acabada, mas atrasada.
Foram três anos passados da chegada dessa geração à Europa e isso foi fatal. Mesmo um bom carro, ele pecava pelo desenho tímido e o custo alto – o povo comprava mais o Fiesta baiano, de acabamento ruim, mas visual melhor. Daí em diante, o Corsa, de herói virou patinho feio e morreu ingloriamente em 2012. Nesse meio tempo, vimos uma nova geração do modelo surgir na Europa e passar longe daqui. Agora, o Corsa chegou à 5ª geração no Velho Continente e reacende debates. Afinal, o que ganharíamos se ele fosse produzido aqui em vez do Onix?
Muita coisa, como mostra o infográfico abaixo. Embora use a mesma base do Corsa D (que também é usado em parte pelo Onix), o Corsa E tem desenho bem melhor e muita tecnologia embarcada. Começa pelo motor 1.0 de 3 clindros e injeção direta combinada com turbo, a receita perfeita. Rende 115 cv na versão mais potente, além de cerca de 17 kg de torque. As transmissões manual e automática, têm seis velocidades, e há até uma Easytronic 3, como opção.
Em vez da MyLink, o Corsa 2015 traz a IntelliLink, central multimídia que fala com os smartphones da Apple e com o Android, além de aceitar comandos de voz. O hatch também tem de série partida elétrica, Start-Stop, câmera de ré, assistente de partida em rampa, teto panorâmico e até Park Assist.
Claro, nem que quisesse vender o Corsa no Brasil, a GM teria condições de aplicar tudo isso na versão nacional por questão de custos. Mas isso mostra que o abismo entre nosso mercado e o exterior continua imenso. É verdade que nem por isso o Onix se torna um carro ruim. Pelo contrário. Quem já dirigiu um sabe que é bom, com respostas rápidas e espaço interno certamente maior que o novo Corsa. Mas precisará evoluir em breve para acompanhar alguns rivais. O novo Corsa europeu pode ser uma fonte de inspiração para o modelo nacional, com seus faróis de LEDs e motores mais eficientes.
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