O dilema de Tostines não vale no Brasil, ao menos no mercado de veículos novos. “Vender muito porque é fresquinho” ou “É fresquinho porque vende muito”, para os que não lembram do slogan da marca de biscoitos e bolachas, não faz sentido entre os carros. Fiz um levantamento em que busquei os modelos mais baratos por categoria e me surpreendi ao ver notórios desconhecidos na lista.
Sim, existem modelos que seguem a lógica como a S10, da Chevrolet, que é líder entre as picapes média, ou o Tucson, entre os SUVs médios, mas pensar que o Corolla, sedã médio mais popular do Brasil, custe a partir de R$ 69.690 ou 40% a mais que o Geely EC7, o rival mais barato do mercado, me faz concluir que não existe concorrência na indústria automobilística. Explico:
O problema não é um Corolla básico custar R$ 70 mil nem um desconhecido chinês montado no Uruguai ter preço de R$ 50 mil. É a diferença que mostra como as regras do mercado estão defasadas. Como não há uma exigência de qualidade e segurança clara no Brasil, você tem modelos que ninguém tem coragem de comprar e ainda assim por preços em conta. Do outro lado, modelos que têm uma imagem mais consagrada entre os clientes e que permitem que essas montadoras cobrem o que quiserem por eles. O pensamento que permeia essa estratégia é “melhor não arriscar comprando um produto cuja marca eu não conheço e sim pagar um pouco mais caro por um modelo famoso, mesmo que não tenha tanta coisa incluída”.
É a tal gourmetização dos carros. Prova dessa teoria ocorre agora que os sedãs premium alemães começam a incomodar os sedãs japoneses como o Corolla e o Civic, que acaba de receber upgrades para justificar os quase R$ 90 mil cobrados pela versão EXR. Pressionados pela concorrência, eles estão oferecendo mais.
“Ah, mas não dá comparar um carro com outro”, alguém pode dizer. Tudo bem, o Corolla não precisa deixar de ser o líder, mas é normal um Peugeot 408, um Linea ou um Fluence venderem praticamente um décimo do Toyota? Não é.
Como se vê, faltam concorrência e regras iguais. ESP não pode ser exceção, qualidade na construção não pode ser exceção, garantia e peças não podem ser exceções. Caso contrário, custo-benefício nunca será o principal motivo do sucesso de um carro no Brasil.
Eu nunca trocarei um 408 THP por um “Carola”. O Geely não é vendido na minha região. O que me irrita nos produtos chineses é o partido comunista chinês que está conspirando com Putin e a cambada do PT para virem para ficarem permanentemente no Brasil. Então e prefiro pagar caro em algo que me traga mais sem ter que sustentar mega organização criminosa autodenominada de partido político e trajada como nação.
O Geely EC7 é um Corolla de duas versões atrás. Os chineses adoram aproveitar essa plataforma. Para quem quer conforto sem se importar com linhas muito atuais, o EC7 deve ter o melhor custo para um benefício muito bom.
O mercado do Paraguay é muito maior para a Geely hoje do que o mercado do Brasil. O EC7 vende bem lá.