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Nissan rouba da Kia o posto de marca em ascensão no Brasil

Nissan Versa 2012

Tudo corria às mil maravilhas para a Kia até setembro. Linha de produtos impecável, modelos modernos e atraentes e preços condizentes – ao menos na maior parte dos produtos. Mesmo sem nenhum plano de produzir veículos no Brasil – por conta do imbróglio da Asia Motors, dizem -, a marca coreana vendia mais que as francesas Peugeot e Citroën e também que as japonesas Honda e Toyota. E caminhava para bater na marca dos 10 mil emplacamentos mensais, algo que só as quatro antigas, mais Renault e a irmã Hyundai conseguem.

Mas tinha Mantega no caminho e a Kia acabou escorregando em direção a tempos difíceis. O abrupto aumento do IPI em 30 pontos percentuais para modelos importados atingiu a Kia em cheio, mais que suas “colegas” importadas. Resultado? As vendas, mesmo com a suspensão do aumento para 16 de dezembro, caíram. De 9 mil unidades em setembro para 4,8 mil em novembro. A marca, por meio da Abeiva, até acenou com uma “bandeira branca”: criar cotas de importação seguindo alguns critérios que evitam uma enxurrada de importados. Ou seja, só resta a ela resolver a pendenga da fábrica e anunciar planos de ter modelos nacionais.

Enquanto isso, outra marca asiática botou as asinhas de fora. Se a Kia deu azar, a Nissan foi muito sortuda. Como se sabe, Fiat, VW, GM e Ford bancaram a ideia de taxar os importados, mas a montadora japonesa acabou beneficiada. Além de ver alguns concorrentes diretos seus como Mitsubishi e a própria Kia tendo que repensar suas estratégias, a Nissan não precisou mudar nada já que hoje seus carros vêm na maioria do México, onde não há nenhuma taxação extra.

Além disso, a empresa já tinha planejado o anúncio de mais uma fábrica no Brasil, em Resende, RJ, o que deve ajudar ainda mais sua ascenção. Sim, a Nissan agora é a bola da vez. Com quase 8 mil carros emplacados em novembro, ela ficou em 8º lugar no ranking, só atrás das marcas tradicionais, da Renault, Hyundai e Toyota. Mérito da dupla March e Versa. Os dois compactos começaram a emplacar volumes mais significativos no mês passado e responderam por 40% das vendas totais.

Sem apelar para pôneis malditos e duplas sertanejas, a Nissan agora possui veículos que vendem por si só e a tendência é que ela se firme como 6ª marca do mercado até que a Hyundai lance o hatch baseado no projeto HB. Nada mal para quem até outro dia mal era lembrada pelo consumidor.

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