A Nissan deve usar a mesma estratégia que sua irmã Renault aplicou ao Duster quando lançou o pequeno SUV no Brasil, há alguns anos. A marca francesa buscou os clientes do Ford EcoSport, que já estava com o visual cansado há anos. Mas o maior mérito do Renault Duster não foi esse e, sim, virar opção mais barata quando o EcoSport ganhou nova geração.
Acreditem: hoje o novo Ford EcoSport chega a vender mais de 6 mil unidades, o que é fabuloso, mas o Renault Duster também se sai muito bem com mais de 4 mil novos clientes mensais – o antigo Eco, sozinho, não vendia mais que isso. É essa a tarefa do Nissan Note, um monovolume que, segundo um executivo da Nissan ouvido por esse jornalista, “nasceu para ser o Fit killer”, ou ‘destruidor de Fit’.
O Nissan Note deve desembarcar no Brasil em 2014, vindo do México na esteira da transferência da produção do March para a nova fábrica de Resende. Mais tarde, provavelmente em 2015, o Note passará a ser feito aqui, após a entrada em produção do Nissan Versa sedã também no Rio. Ele não é nada mais nada menos que esse Versa na base (mesmo entreeixos), mas com formato monovolume.
Mas o Nissan Note tem outros bons argumentos. Um deles é o interior evoluído, que tem console central mais bem acabado e itens como volante multifunção e transmissão CVT – lembram do Fit de primeira geração? Mas o melhor é mesmo o visual, bem mais agradável que o de seus irmãos March e Versa – por falar nisso, o Note é chamado de Versa Note nos EUA, como se vê nas fotos do post, de um exemplar americano.
Dirigi o Nissan Versa há algumas semanas e gostei do que vi. É um carrinho prático, ágil e bem equipado. Claro que a versão nacional será equipada com o motor 1.6 16V flex e não o 1.6 americano que guiei, mas o desempenho deve ser próximo.
O ponto fraco do Nissan Note é a falta de versatilidade. Enquanto o Honda Fit traz o sistema ULT, que transforma o interior do modelo em diversas configurações, o Note apenas rebate os bancos traseiros.
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Para quem está em dúvida sobre a coexistência do Nissan Livina e do Note no Brasil, o mesmo executivo explicou como isso pode ser possível: “o Livina é um carro familiar, voltado para quem tem filhos, já o Note é um carro mais jovem”. Se ele tem razão ou não, descobriremos isso no ano que vem.
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