O mercado de automóveis brasileiro vive um paradoxo: é absurdamente caro produzir no país, mas ainda assim muitas montadora enviam lucros para o exterior. Por outro lado, mesmo com as barreiras levantadas pelo governo para frear a chegada de importados nos últimos anos, sobretudo da China e do México, conseguiu motivar algumas montadoras a investir em linhas de montagem local.
É verdade, sim, que o efeito do Inovar Auto funcionaram com as marcas de luxo – estão aí a Audi, Mercedes, BMW e Land Rover para provar -, mas a adesão poderia ser maior. Veja o caso da Hyundai e o i30. O hatch foi o mais vendido do segmento enquanto não existiam as tais barreiras. Depois sumiu da lista dos mais vendidos, o que não animou a CAOA a montá-lo em Anápolis, onde tem sua fábrica que faz isso com o Tucson e o ix35. Poderíamos concluir que a razão seria porque os hatches estão em queda na preferência do público, mas hoje o UOL revelou no Salão de Genebra que o novíssimo Tucson será vendido no Brasil em 2016 vindo da Coreia.
Será que o modelo, tão popular aqui, não justifica o investimento? Certamente será mais caro e sofisticado, mas a verdade é que não vale a pena. Melhor cobrar bastante por ele para ser um chamariz da marca – quem não aguentar vai de ix35 ou, o velho Tucson.
O caso da Hyundai não é isolado. Também nesta quinta-feira a Mitsubishi confessou que a nova L200, mostrada também em Genebra, conviverá com a velha, montada em Goiás. Isso mesmo pagando uma enxurrada de impostos.
Mesmo a Peugeot, que anda em baixa no Brasil, já aventou a ideia de trazer o novo 308 da França para fazer par com o modelo argentino, já mais antigo.
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Num ano com números pífios de vendas em que o governo não suportou manter o IPI um pouco mais baixo, agora o resultado é uma arrecadação menor de impostos, mesmo com preços caros – e mais ainda para algumas novidades que virão do exterior.
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