Enquanto Toyota, Honda e a rival BMW desistem da Fórmula por pura incompetência, a Mercedes-Benz, quem diria, virou equipe. Como já se comentava no circo, a montadora alemã assumiu a Brawn, a nova equipe que Ross Brawn criou com o espólio da Honda e que ganhou os principais títulos da categoria em 2009.
Daí se vê que o relacionamento entre McLaren e Daimler já não era mais o mesmo há muito tempo. Sinal disso foram os caminhos separados que ambas tomaram ao pensar num novo superesportivo de rua: a Mercedes criou o SLS AMG e a McLaren desenhou o MP4-12C.
Apesar da separação – a Daimler era dona de 40% da McLaren, que comprou as ações de volta -, o fornecimento de motores continuará até 2015, caso a equipe inglesa não decida trocar de fornecedor ou ter um motor próprio.
A parceria com a McLaren durou 15 anos – desde 1995 as duas estão juntas e conquistaram 60 vitórias em 223 corridas disputadas – antes disso, a Mercedes forneceu motores para a Sauber.
A Daimler assumiu 45% da Brawn e outros 30% ficaram a Aabar Investments, grupo financeiro que é acionista da própria montadora alemã. Ou seja, em 2010 veremos de novo nas pistas as “flechas de prata”, como eram chamados os bólidos de corrida da Mercedes.
Como se vê, a Fórmula 1 pode ter montadoras participando, mas apenas as que veem o esporte como um negócio sério.
Como admirador da Mercedes, só posso elogiar a iniciativa da marca alemã e, desde já, ficar na expectativa por um grande campeonato em 2010.
Enquanto a BMW abandona a F1 com um fracasso nas costas, a Mercedes mostra como se faz quando se tem competência e se leva um esporte a sério.