O Astra teve uma carreira brilhante assim como o Vectra, dois nomes que soam como música para muitos brasileiros, mas agora é a vez do Cruze. O modelo, que nasceu da costela do Daewoo Lacetti em 2008 parecia uma jogada arriscada da GM, mas virou o carro mais vendido da marca no mundo. Mérito de quem soube entender que um automóvel global precisa agradar a vários paladares e poder transitar entre uma versão simples com calota, como nos Estados Unidos, ou um carro executivo, como no Brasil.
Claro que ele não é tão sofisticado quanto o Astra europeu e talvez custe mais do que deveríamos pagar, assim como 99% dos carros em nosso mercado, mas é hoje a única forma de competir mundo afora, ou seja, com escala de produção e projeto integrado entre vários países.
O novo Cruze é uma síntese desse pensamento. Agora mais confiante, a Chevrolet desenho um carro de linhas elegantes, onde não se encontra um ponto que incomode. Também trabalhou para que a carroceria ficasse mais leve e segura, com isso o carro perdeu 23 kg, o que é muito nessa categoria.
Esse ganho acabou mais evidente com a adoção de uma nova família de motores Ecotec. Nos Estados Unidos, são dois motores, um 1.5 litro aspirado, e um 1.4 turbo com injeção direta. É esse último que devemos prestar atenção já que ele deve ser produzido na Argentina no ano que vem e, espera-se, flex.
Com 155 cv de potência e 24,5 kg de torque, o novo Ecotec é econômico, segundo a GM. Ele é capaz de atingir a meta de economia dos sonhos dos americanos, ou seja, o famoso 40 MPG (milhas por galão). É algo como rodar 17 km com um litro de gasolina, isso na estrada.
My ‘Great’ Link
O novo Cruze, é óbvio, traz na bagagem vários sistemas que estão virando padrão na indústria como os que ajudam o motorista a evitar desatenções, caso do Lane Assist, que avisa se você sai da faixa de rolagem, o que alerta para carros no ponto cego, e o que sinaliza caso existe uma colisão iminente.
Todos os Cruze americanos com transmissão automática (também nova e de seis velocidades) vem com botão Start-Stop, entre outros equipamentos, mas o que chama a atenção é mesmo o MyLink de segunda geração.
A central multimídia, que flertava com a conexão com smartphones, agora está realmente integrada com eles graças à adoção das plataformas CarPlay, da Apple, e Android Auto, do Google.
Basta conectar via Bluetooth ambos celulares para ver na tela do carro uma reprodução fiel dos aplicativos permitidos. Por enquanto, apenas o CarPlay está disponível e com poucos aplicativos. É possível ouvir suas músicas do celular, ouvir mensagens de texto e, claro, telefonar.
O Android Auto ainda será lançado no segundo semestre, mas de antemão a marca já avisou que o Waze não estará disponível. A razão, de acordo com a GM, é que o Google, dono do Waze, não quer disponibilizar o app nos carros. Em vez disso, a tendência é que se use o Google Maps com recursos do Waze.
Um pouco maior que o anterior, o novo Cruze oferece mais espaço no banco de trás. O porta-malas é bem espaçoso na versão sedã, mas a GM não revelou qual seu volume interno. O acabamento também é claramente mais aprimorado que antes. Há uma mistura de plásticos de boa qualidade, com superfícies em couro e detalhes cromados.
Nem tudo são flores, é verdade. A decepção ficou por conta da insistência da Chevrolet em ignorar os ‘paddle-shifts’. Em vez das borboletas, o Cruze mantém as trocas manuais num botão no topo da alavanca de câmbio. Nota zero em ergonomia. Sobre um câmbio de dupla embreagem, Dan Nicholson, chefão da área de powertrain, fez pouco do equipamento. Para ele, os novos câmbios automáticos praticamente oferecem o mesmo que esse sistema.
Palpite para 2017
E quando o novo Cruze chegará ao Brasil, afinal? A GM desconversa, diz que o Cruze atual acabou de mudar e que a segunda geração demora. Também não admitiu que o projeto Fênix, que está sendo tocado na Argentina, é justamente o novo Cruze, que passará a ser feito no país vizinho.
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Mesmo os executivos da matriz se fizeram de desavisados ao serem questionados sobre o nosso mercado: ‘não falo sobre países específicos’ foi o mantra mais ouvido em Detroit.
Baseado no lançamento americano, que ocorrerá no início de 2016, é presumível pensar que o novo Cruze esteja presente no próximo Salão de São Paulo, em outubro do ano que vem. Seria a janela ideal de lançamento, quase dois anos após o facelift. Portanto, é de se imaginar que o modelo, que ainda precisa ter o hatch revelado, já chegue ao mercado como linha 2017 lá pela virada do ano que vem.
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