O Mégane pode ser considerado um case de marketing, no caso, negativo. Lançado no Brasil em 2006, o sedã e, mais tarde, a perua, chegaram um tanto tarde ao nosso mercado – na Europa, a geração estreou em 2002. E, embora, ofereça bom espaço interno, motores potentes e pacote de equipamentos generoso, o modelo francês nunca fez sucesso, sobretudo o sedã.
Enquanto teve pouca concorrência, o Mégane até manteve uma posição mais respeitável, mas isso durou pouco e hoje ele amarga a 11ª posição, atrás até do mais caro Jetta, da Volkswagen.
Mas por que tamanha incoerência? Alguns fatores contribuem, o primeiro deles o atraso em lançar o carro no país. Quando chegou, seu design não impressionava, pelo contrário, pareceu exótico para muitas pessoas. Depois a estratégia errada de lançamento, que vitimou até o responsável pela campanha na Renault. A marca quis vender, na época, um status que o Mégane não tinha. Além disso, ressaltou detalhes superficiais, como o freio de estacionamento e o cartão-chave. Outros bons argumentos, como o espaço interno e o preço mais em conta mal foram lembrados.
O fato é que a essa altura pouco é possível fazer pelo modelo. E, talvez, a marca esteja errando novamente ao querer atrelar ao Mégane um ar esportivo que as versões sedã e perua não têm.
A série limitada durará até agosto e traz frente modificada com grade quadriculada, para-choque pronunciado com os faróis de neblina nas extremidades, rodas aro 16, saias e um horrendo aerofólio que faz lembrar o Santana Executive.
Por dentro, muito cromado e bancos com tecido grafite e costura na cor vermelha. Desempenho esportivo? Nem pensar, é o mesmo conjunto da versão “civil”, no caso os motores 1.6 Flex e 2.0, combinados com o câmbio manual de 5 marchas (primeiro) e de 6 marchas ou automático seqüencial (segundo).
A esperança da Renault é vender 200 sedãs 100 peruas por mês com a grife “Extreme”, que pode até ser adequada: seria a “extrema unção” para um modelo que, definitivamente não agradou.