Nem foi preciso esperar o mês acabar. Ontem, a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, revelou que março fechará com o maior volume de emplacamentos da história. Tudo por causa do fim do desconto do IPI. Será só isso mesmo? A redução já nem é tão significativa e envolve apenas uma parte dos modelos, mas o efeito psicológico deve ter falado mais alto, pelo jeito.
Segundo a Fenabrave, deveremos fechar o mês com 322 mil emplacamentos de automóveis e comerciais leves, pouco mais de 20 mil superior a setembro de 2009, o recorde anterior.
Alguns modelos nacionais fecharão o mês com recordes próprios: o Fiesta deve chegar perto de 10 mil unidades, na véspera da mudança de visual, e o Sandero pela primeira vez venderá mais que 6 mil carros. Os coreanos também não terão do que reclamar. O i30, sempre ele, já passava a barreira das 3 500 unidades e o sedã Cerato, da Kia, superava as 1 200 unidades.
Como se vê, governo e montadoras não têm nenhum motivo para baixar os preços dos carros.
Fazer o quê? É graças a esse povinho atrasado que compra carro em 80 vezes que a frota brasileira vai continuar como está, refugo de outros países (agora incluindo até a China).
Se mesmo a gente podendo optar por carros de qualidade a bom preço, como Kia´s, Nissan´s e afins e o povo ainda prefere colocar o suado dinheiro nas mãos dessa corja de montadoras brasileiras, então com todo respeito tem que se ferrar mesmo.
Esse processo de amadurecimento do consumidor demora – grande parte desses veículos foram para quem está comprando seu primeiro carro zero. Se pensar que esse cidadão irá comprar com esse mesmo conceito mais uma ou duas vezes, imaginem quanto tempo demora para o cidadão se dar conta da realidade… O melhor a ser feito, para quem quer ver a nossa indústria sobreviver e não virarmos apenas um importador (e doadores de sangue para o governo ladrão e pirata) é divulgar e mostrar à população como as coisas são de fato. Tarefa árdua essa de concorrer com anuncios especializados em fazer lavagem cerebral.