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Manobra de sindicato pode dar sobrevida à Kombi e outros velhinhos

Volkswagen Kombi Last Edition

Existem momentos na história de um país que são termômetros de seu amadurecimento. A lei que obriga o airbag duplo e o ABS, que entra em vigor em 2014 parece que será mais um exemplo. A obrigatoriedade dos dois itens de segurança tem causado a aposentadoria de modelo que só sobrevivem aqui, além de significar a preservação de vidas.

Mas sempre há quem ache que isso não importa, por mais que a obrigatoriedade dos dois itens tenha demorado a acontecer no Brasil (no exterior ela já existe há bastante tempo). O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde fica o berço da indústria automobilística do país, acredita que tirar a Kombi de linha é um erro já que ela não tem substituto direto na Volkswagen. Portanto, para evitar que os empregados da montadora que fazem o idoso modelo sejam demitidos, a entidade de classe acha por bem pressionar o governo federal a editar uma medida provisória que prolongue a vida da Kombi por mais dois anos até que surja algum veículo equivalente.

“Estamos na expectativa de que saia medida provisória para permitir que alguns carros se adaptem ou saiam de produção no prazo de dois anos”, disse Rafael Marques, presidente do sindicato ao jornal Diário do Grande ABC. Ou seja, se alguém sofrer um acidente com uma Kombi nova nos próximos dois anos poderá tirar satisfação com o sindicato.

O fato é que voltar atrás nessa lei e ainda para beneficiar um veículo específico não é uma atitude inteligente. Outras marcas podem se sentir prejudicadas e requerer o benefício para elas também. E aí Milles, Kas e outros modelos antigos voltariam ao mercado sem os dois itens de segurança. Um retrocesso assustador e um atestado de falência de nossas instituições. Espera-se que o governo federal seja coerente e mantenha a lei. A conferir.

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