Durante o lançamento da perua SpaceFox, tive uma rápida conversa com Luiz Alberto Veiga, o chefão de design da Volkswagen no Brasil. Qual assunto abordado? A nova identidade visual da marca que, como temos discutido aqui, está se repetindo a exaustão em seus modelos. O título do post explica a razão para isso, segundo o designer.
Muito simpático e informal, Veiga justificou a atual estratégia da Volks: “em termos de design, nós temos cachorro, gato, elefante e cavalo, já a Audi tem vários tipos de cavalos. O que Walter de Silva está fazendo é criar um padrão visual para a Volkswagen parecido com o que fez na Audi”, disse.
Daí a explicação para o título: “o dono de A4 diz que tem Audi, o dono de Golf diz que tem Golf. Queremos que ele diga que tem um Volkswagen”, conclui. Mas Veiga reconheceu que há uma certa repetição nos carros da marca. “O Walter pediu três anos para criar essa identidade, depois começaremos a ver variações desse estilo”.
Perguntei se todos os modelos receberão esse padrão, inclusive o Passat CC, que tem um visual muito bonito e característico. Para minha surpresa, Veiga não só confirmou como disse que já viu o cupê de quatro portas com o novo estilo: “ficou muito bom”, revelou.
“Piëch e Giorgetto são grandes amigos”
Aproveitei também para saber mais sobre a compra da Italdesign, o estúdio de Giorgetto Giugiaro, que agora faz parte do grupo VW. Veiga explicou que isso não influencia no comando de Walter de Silva: “o que ganhamos foi capacidade técnica, mas a Italdesign continuará seguindo as diretrizes do nosso chefe de design”, disse. “São 900 funcionários, o mesmo que temos em toda a Volkswagen brasileira nessa área”, acrescentou Veiga. De acordo com ele, a negociação foi natural já que “(Ferdinand) Piëch (maior acionista da VW) e Giorgetto são amigos de longa data e a Italdesign sempre foi importante parceira nos principais modelos da marca, como o Golf, criado por ela”.
A teoria de Walter de Silva faz sentido, claro, mas corre-se o risco desse estilo cansar antes de chegar à sua maturidade. Como os alemães não são conhecidos pela agilidade, talvez a montadora perca muito tempo para reagir à ousadia de rivais como Hyundai, Kia e Ford, por exemplo, marcas que têm hoje um estilo mais arrojado.