Você tomaria um Guaraná Antarctica com rótulo da Pepsi? Comeria um hamburguer do McDonald´s com embalagem do Burger King? Ou, então, compraria uma camisa do Flamengo com as cores do tricolor fluminense? Pois é, para a Fiat a resposta é sim, como vemos nas primeiras fotos oficiais da “nova linha” da Lancia.
Antes que alguém lembre, sim, outras marcas fazem isso e eu lamento por cada uma delas. Comprar um Peugeot 4007 ou um Citroën C-Crosser sabendo que é um Mitsubishi Outlander não faz sentido algum. Se nos identificamos com os valores de uma marca, seja lá de qual produto, buscamos isso na hora da compra.
Ou seja, se eu quero um 300C vou a um concessionário da Chrysler. Se os europeus não fazem isso porque não gostam dos carros da marca americana o fato de transformá-los em Lancia não deveria resolver o problema.
Até mesmo as experiências de troca de DNA que algumas fizeram nem sempre deram certo. Basta lembrar do Jaguar X-Type, um Mondeo inglês. Ou do Ford Ka europeu, um Fiat 500 com ares modernos.
Mas, então, por que algumas montadoras insistem nisso? Talvez uma das razões seja o fato de poder renovar ou completar sua linha em tempo recorde. No caso da Chrysler e da Lancia era uma questão de sobrevivência.
Curioso que a Chrysler esteve à beira da falência justamente porque a união com a Daimler tenha dado errado e seus veículos tenham perdido a identidade. Que ironia.