Somos mesmo o país das vítimas, dos coitados. Claro que os afortunados nesse caso são grandes empresas cujos departamentos jurídicos são muito eficientes. Vimos o caso da disputa da Nissan com a Ford outro dia que acabou no de sempre: quem ousou criticar a rival foi obrigado a calar a boca ao tirar seu anúncio do ar. Agora um caso mais grave, de censura mesmo. Uma proprietária do Mégane, da Renault, resolveu tornar seu caso público e o que a “Justiça” faz? Manda tirar o site do ar.
O caso ocorreu em Santa Catarina com a consumidara Daniely Argenton, que havia adquirido um Mégane Sedan em 2007 e está com o carro parado há três anos e cinco meses. Segundo ela, os defeitos de fabricação foram constatados por laudo técnico, mas a montadora preferiu obter recursos na Justiça para prolongar a solução do caso – Daniely quer receber o dinheiro de volta ou um novo carro.
Para piorar, a Renault conseguiu na 1ª Vara Cível de Concórdia, SC, que o site www.meucarrofalha.com.br fosse retirado do ar sob pena de multa diária de R$ 100. No site, a consumidora explica o caso e tenta avisar outros clientes da marca sobre o problema.
Curioso como a Justiça é eficiente nesse caso e não funciona na defesa do consumidor. Tentamos falar com a assessoria da Renault para ouvir o outro lado, mas até agora não havia ninguém para nos atender.