Li agora a pouco a avaliação feita pelo jornalista Daniel Messeder, da Auto Esporte, com o J3, o primeiro modelo que a JAC lançará no Brasil. Aliás, o evento de apresentação do compacto e também da própria marca, representada pelo ex-Citroën Sergio Habib, ocorrerá na sexta-feira, 11 de março, uma semana antes do “Dia J”, como o empresário batizou a data de inauguração das 46 concessionárias da empresa chinesa.
Me espantei ainda mais com o projeto do sr. Habib. Sei que há gente que o admira e outros que o criticam, mas é preciso reconhecer que o executivo praticamente reconstruiu a marca antes de lançá-la no Brasil. O longo período de testes com os carros no país e as mais de 200 modificações, além da preocupação em oferecer um pós-venda digno, impressionam. É para fazer os outros chineses parecerem amadores (aliás, é como Habib dá entender serem os rivais numa curta entrevista na edição de março da AE).
O J3 é literalmente outro carro, segundo relato do Daniel. Até o motor rende mais, além da suspensão, painel, acabamento e isolamento acústico terem sido repensados. A definição de um colega jornalista que andou no carro recentemente deu o tom da mudança: “o JAC não tem cheiro de carro chinês”, constatou.
Ainda prefiro esperar pela avaliação para ter as minhas próprias conclusões, mas o fato de termos no mercado um hatch compacto com motor 1.4 com comando de válvulas variável e suspensão traseira independente (não, vocês não leram errado) cria uma grande expectativa, sem dúvida. Confesso que o primeiro contato com os carros da JAC não me impressionaram no Salão do Automóvel. Percebi um cuidado da marca em não transparecer desleixo como visto em outras – as portas, por exemplo, fechavam com facilidade -, mas nada empolgante.
Minha teoria hoje é que não dá para generalizar a respeito dos chineses como não o fazemos com montadoras de outros países. Sim, teremos no futuro marcas desprezíveis, mas também algumas que podem virar referência mundial. Por que não? Mas o ideal é que elas descobrissem isso sozinhas, sem precisar da “consultoria” de um empresário brasileiro.
Os modelos que estavam expostos no Salão do Automóvel eram anteriores as modificações pedidas pelo Habib ou já eram a versão final?
O que eu vi no Salão foi um carro sofrível, principalmente no interior.
É bom saber que agora, além do custo-benefício, aparentemente os chineses passam a oferecer QUALIDADE. Na faixa de preço desse carro, só temos dinossauros mal acabados e pouco equipados. Um carro de entrada com as qualidades que esse J3 supostamente tem vai dar muita dor de cabeça a muita "gente" que se habituou a ganhar dinheiro fácil vendendo mediocridade.
De qualquer forma, não deixa de haver um risco…
Com tantas fábricas chinesas, maiores e tecnologicamente mais avançadas – por conta da absorção de tecnologia de montadoras ocidentais e japonesas através de joint-ventures anteriormente firmados – fica difícil entender porque o Sérgio Habib (grupo SHC) resolveu trazer carros feitos por uma fábrica menos expressiva como a Jianghuai Automobile Co. (JAC).
Acho que é para ter mais lucro, mesmo vendendo carro equipado mais barato do que os "nacionais"…
@Joao Vitor
eram anteriores, por isso ainda resta esperança para os jornalistas.
Eu sou mais cético: acho que só a cor do acabamento interno foi escurecida e deram uma chave-de-fenda mais forte pro chinesinho que monta o JAC. Além de muito discurso do sr. Habib. Espero que eu esteja errado.
@Joao Vitor
Comparando com concorrentes do mesmo preço, vi na JAC automóveis bem superiores em equipamento e acabamento.
Eu quero ver os carros nacionais pedindo arrego. Pálio e Gol, Afff.