Desta vez a causa não foi “econômica” e sim ambiental. O governo federal anunciou nesta terça-feira que prorrogará o IPI mais baixo para os carros com motores flex ou a álcool até março de 2010. Com isso, as atuais alíquotas, de 3% para motores até 1.0 e de 7,5% para motores entre 1.0 litro e 2.0 litros, permanecem congeladas até 31 de março.
Apesar do caráter supostamente marqueteiro – teria sido tomada para o presidente Lula fazer propaganda na reunião sobre o clima da ONU em Copenhague -, a medida é coerente e já poderia existir há mais tempo. Se o etanol é menos poluente mesmo que a gasolina o consumidor deve pagar menos por esse veículo.
A ironia é que hoje o combustível vegetal só é mais econômico que a gasolina em seis dos 21 estados brasileiros. Ou seja, o flex hoje anda poluindo tanto ou mais que os carros a gasolina. Enquanto o preço do álcool estiver nas alturas como agora, fica esquisita essa situação.
As marcas que não oferecem motor flex hoje sentirão a diferença, que chegará a 7% para os populares e a 13% para os modelos com motor entre 1.0 e 2.0 litros. As coreanas Kia e Hyundai e as chinesas precisam acelerar seus projetos de motores flex…
Não sera uma etiqueta de "FLEX" ou um símbulo numérico "1.0", que define se o veículo é amigo da natureza. Como exemplo: A GM produz veículos que ostentam pomposos carimbos como – "FLEXPOWER" e "ECONOFLEX" – mas os equipa com motores 1.4 que revelaram-se grandes poluidores do ambiente, quando testados e aferidos pelo Ibama. Para que esse país mostre ao mundo possuir consciência ecológica, será necessário muito mais do que essa medida governamental, a meu ver inócua.
Duvido que a causa não seja "econômica" (leia-se AJUDAR AS MONTADORAS). Enquanto isso, dono de carro usado é que leva o nabo, vendo seu patrimônio desvalorizar-se. Meu carro perdeu 30% do valor de mercado depois dessa historia de "baixar o IPI", e me ferrei (nos ferramos, todos que temos carros semi-novos). Parabéns para os cretinos governantes.