Hyundai i30
No evento de apresentação do i30, o hatch médio da Hyundai que chegou ao Brasil há um mês, a CAOA, representante da marca, mostrou que não está para brincadeira. A meta de vendas do i30 é ousada: 2 mil unidades por mês. É o suficiente para brigar com a liderança do segmento com o Astra, que só vende isso pelo preço mais baixo.
Pois quem duvida é bom prestar atenção. O i30 já emplacou 200 carros este mês, mas apenas das versões automáticas com preço de R$ 58 000 e R$ 69 900. Só no fim de semana passado foram 85 unidades. O i30 manual, que deve responder pela maior fatia de vendas, ainda não chegou.
Demos algumas voltas com o i30 na pista da Pirelli e realmente é um modelo que surpreende. O acabamento é bom e o aspecto do interior é moderno e refinado, diferente do Tucson, por exemplo, que tem um ar de geração antiga. A posição de dirigir é boa, o espaço para a cabeça é suficiente, mas o melhor é banco traseiro – com 2,65 m de entre eixos, o hatch tem espaço de sobra para as pernas. Só para se ter uma ideia, é mais espaço que o Corolla oferece.
As impressões não são conclusivas porque foram apenas alguns quilômetros, mas o ajuste de suspensão (multilink na traseira) e as respostas rápidas da direção elétrica nos agradaram. O escalonamento do câmbio automático pareceu privilegiar as saídas em vez de retomadas – as trocas não são tão sutis, mas não comprometem. O motor 2.0 16V tem 145 cv, dois a mais que no Tucson graças à diferença em alguns detalhes como coletores de admissão.
O interior tem design agradável, embora não seja original. A iluminação é azulada e a distribuição dos instrumentos lembra a de carros alemães. Nessa versão, com teto solar, mas bancos de tecido, o ar-condicionado era digital além de o rádio ser de série.
O porta-malas tem capacidade para 340 litros e transporta um estepe mais fino, como é comum em outros mercados. A tampa, aliás, é o ponto de maior ligação com seu modelo inspirador, o BMW Série 1 – os detalhes são quase idênticos a Hyundai não tem vergonha de assumir isso.
Planos para um modelo 1.6 ou motores flex? O pessoal da CAOA desconversou. A versão 1.6 não deve vir tão cedo, mas é uma escolha natural. Já o flex deve ser um projeto que já existe, pela maneira como eles não negaram nem desmentiram.
Se conseguir vender o que pretende, a Hyundai pode disputar com a Toyota o 7º lugar entre as marcas mais vendidas no Brasil, à frente de Peugeot e Citroën.