Definitivamente, a Hyundai “se acha” uma marca premium no Brasil. Essa sensação já se fazia perceber na época da chegada do Sonata e do ix35 quando os coreanos resolveram elevar os preços de seus produtos para patamares que nada tinham a ver com o passado da marca. Agora, com a chegada do Genesis, seu primeiro modelo genuinamente premium, ao Brasil, esse posicionamento, digamos, arrogante, está mais do que claro.
A Hyundai – e sua representante CAOA – definiram o preço do Genesis de entrada em R$ 220 mil. Parece pouco para um sedã com 290 cv, tração traseira, câmbio de oito marchas e itens de série de sobra. Mas não é.
Seus alegados concorrentes – já que como é tradição, a marca sempre se coloca num patamar superior a todos -, o BMW 535i, Audi A6 3.0 e Mercedes E 350, custam mais, é verdade. O primeiro sai por R$ 290 mil, o segundo, recém chegado, por R$ 285 mil e o terceiro, o mais barato, por R$ 231.500. Portanto, a Hyundai oferece um carro equivalente tecnicamente por bem menos. Mas, se comparamos os preços com o que é cobrado por elas nos Estados Unidos, nota-se que a montadora coreana salgou demais a tabela do Genesis por aqui.
O Mercedes E350 custa cerca de 82% a mais aqui, o BMW 535i, 105% a mais e o Audi A6, 112%. Já o Genesis teve um acréscimo de 147% em relação ao mercado americano, onde custa 33 mil dólares – o equivalente a R$ 90 mil. Ou seja, mesmo que tivesse usado a mesma conversão da Audi, a mais cara entre as alemãs, o sedã coreano custaria no máximo R$ 190 mil.
A verdade é que brigar com marcas acomodadas e sonolentas em segmentos como o de hatch médio ou de crossovers não chegou a ser uma tarefa complicada para Hyundai, mas enfrentar o trio alemão já é outra história. As três marcas são referência em design e tecnologia como a própria Hyundai gosta de lembrar em seus comerciais apelativos. A partir de março, quando começa efetivamente a ser vendido, descobriremos se os blefes coreanos funcionarão ou não entre a clientela de luxo.