Ao contrário do novo Civic, o CR-V 2012 seguiu a receita natural de evolução de uma geração para outra. É isso que se conclui ao ver a versão de série, revelada nesta semana no Salão de Los Angeles. Como já se sabia, o crossover manteve a identidade visual com a geração anterior, mas ganhou traços mais agressivos e belos – eu mesmo nunca engoli aquela grade dupla da atual versão. No novo, uma grade com três filetes largos toma conta da frente e se une a um belo e original conjunto óptico que parece “escondido” pela própria grade.
A traseira apagada do CR-V 2011 deu lugar a um desenho pronunciado, mas que manteve as lanternas nas colunas. A lateral é o que mais lembra o CR-V antigo, ainda assim está mais limpa. Vamos convir, é melhor o que anterior, mas não chega a empolgar como os projetos coreanos. A Honda prefere seguir a linha SUV-minivan em vez de partir para ideias mais apelativas.
Gostei mesmo foi do interior: o painel é limpo e organizado, embora tenha duas telas, uma maior, do GPS, e outra que dá pinta de servir para o rádio. O ar-condicionado, bi-zone, tem mostradores próprios. Será que não seria mais legal unir tudo num só lugar? O volante, se não é bonito, parece prático, com comandos satélites circulares. O cluster usa um recurso da Mercedes: mostrador analógico por fora e no centro um pequeno painel digital. Há aquecimento nos bancos, como dá para ver na foto do painel.
Além de maior, o CR-V ganhou um motor 2.4 mais potente para os EUA, com 185 hp e menos consumo, conforme promessa da Honda. O câmbio, automático, no entanto, não tem opção sequencial, e o freio de estacionamento está no pedal, uma pena. Também não quis disponibilizar uma versão para sete passageiros, comum na concorrência.
Em compensação, o crossover ganhou a função “Econ”, que suaviza o uso do carro para melhorar a eficiência. Há mais equipamentos integrados, mas nada que os rivais já não tenham. A Honda parece muito obcecada em entregar novidades em doses homeopáticas, confiando demais na sua imagem de excelência e de qualidade no pós-venda. O problema é que outras marcas começam a oferecer um padrão semelhante, senão melhor. Aí não sei se dará tempo de reagir.
O novo CR-V começa a ser vendido em dezembro nos EUA, ou seja, as enchentes na Tailândia não prejudicaram tanto assim a produção. Como a produção do modelo é feita no México, basta o estoque acabar por aqui para que o novo crossover seja lançado. Em outras palavras, tudo leva a crer que isso ocorra ainda no 1º semestre de 2012.
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