A medida divulgada pelo governo federal nesta quarta-feira, dia 3, ainda não foi detalhada, mas as montadoras conseguiram convencer a presidente Dilma que estão sofrendo concorrência desleal dos importadores. Por isso, a Receita Federal vai reduzir a alíquota do IPI para valores ainda não divulgados, mas com a contrapartida que elas invistam no país.
A ideia é que os fabricantes deixem de importar peças de outros países e que também invistam em tecnologias para modernizar o parque industrial brasileiro, pedido, aliás, que a própria Anfavea havia feito. O que continua nebuloso é se essa redução chegará ao consumidor.
Segundo a Folha de São Paulo, a medida não trará benefícios diretos aos compradores, a não ser que as montadoras resolvam repassar algo por vontade própria. Como, a princípio, vão trocar as peças estrangeiras por nacionais, que ficarão com preço semelhante, imagina-se que nada disso chegue ao preço final. E como ainda tem o pretexto de “investir em tecnologia”, certamente não veremos essa “marolinha chegar à praia do consumidor”.
A atitude do governo só reforça a ideia que a Anfavea tem uma força política sem tamanho em Brasília. Mesmo com o mercado superaquecido, com vendas recordes, fábricas trabalhando em três turnos, e carros com preços exorbitantes, a presidente acredita que falta competitividade às empresas instaladas aqui.
Volto a dizer: em outros setores se houvesse essa diferença entre o preço de um produto nacional e um importado, o governo buscaria caminhos como forçar a um maior investimento das empresas instaladas aqui ou, então, alguma medida de redução de impostos que refletisse 100% no preço desses produtos. Mas na indústrai automobolística, pela sua “sensibilidade política”, não há quem tenha coragem de mexer na situação. Qualquer ameaça de demissões vira um monstro na capital federal.
Por outro lado, a mudança deixará os coreanos e chineses num dilema. Suas fábricas brasileiras não terão o mesmo o índice de nacionalização justamente para aproveitar as peças importadas de seus países de origem. Agora, ou mudam esse mix ou vão perder parte das vantagens que têm. Em outras palavras, mais motivos para o preço dos carros subir ou se manter.
Como se vê, beneficiar o consumidor não é prioridade para ninguém nesse país.
Esse plano, além de atender a choradeira da máfia instalada aqui (montadoras) veio também como uma medida antecipatória ao problema econômico que se avizinha. Sugiro dar uma lida na Exame que acabou de sair sobre os problemas de endividamento dos consumidores (a taxas extratosféricas) e a baixa capacidade de poupança dos brasileiros.
Os EUA estão com sérios problemas e a europa já sente as dificuldades que Itália e Espanha (onde o desemprego já bate nos 22%) estão passando por causa de seus déficts enormes.
Ou seja, vem crise braba por aí…
Pagamos duas vezes: os veículos mais caros e defasados, e os impostos mais altos. Como a arrecadação aumentou como nunca, o governo decidiu que o cidadão pode bancar a farra das montadoras. ESSA DILMA É UMA PALHAÇA!
NÃO AO LUCRO BRASIL!!!
MOVIMENTO NÃO COMPRE CARRO ZERO AGORA!!!
ACORDA POVINHO DE M….
OK!
Vamos "investir" no Brasil algo em torno de 12% SE, além da redução do IPI, houver FINANCIAMENTO do BNDES.
Oras, é mais do que os 11,75% que investimos no ano passado, não tá bom assim ???
Como o governo é CONVENIENTEMENTE INGÊNUO, não ?
Palhaçada mesmo !
BOM SE EU FOSSE OS CHINESES NAO ME PREOCUPARIA, AFINAL A VORACIDADE DAS FABRICAS AQUI INSTALADAS É TANTA QUE NÃO VAI SER POR ESSE MOTIVO QUE ELES VÃO ABAIXAR OS PREÇOS.
Mais uma vez quem ganha são as montadoras "brasileiras" com seus carros a "preço justo"… e aqui no Chile uma Cherokee sai por R$ 57.000,00!
Se todos os fabricantes aqui instalados fechassem suas portas não faria diferença alguma para mim. Talvez fosse até melhor, pois só teríamos carros importados, modernos… mesmo que de marcas como VW, Fiat, Ford, GM…
Eu penso que em um país como o Brasil onde muita gente só pensa em levar vantagem, incentivos fiscais não são o melhor modo de estimular ou aumentar a competitividade da indústria local.
Até porque muitas dessas indústrias já foram instaladas obtendo grandes benefícios: seja recebendo terreno doado por municípios ou estados, isenção de ICMS (por 10, 15 ou 20 anos), construção de vias de acesso para as fábricas, as vezes até a terra-planagem do terreno…
O que vai acontecer é que essas empresas vão economizar muito dinheiro ao deixar de pagar esse imposto, vão remeter essa economia para suas matrizes engordarem ainda mais suas contas ou para elas desenvolverem projetos modernos para mercados exigentes como o americano, o europeu e o asiático. As fábricas aqui instaladas produzirão o mínimo de tecnologia e inovação para justificar o benefício, e continuarão sendo sucateadas e com produtos pouco ou nada competitivos no mercado internacional e até no mercado local quando temos opções de importados.
Sabem onde está a ironia da história ?
Quando o governo dá um vale-gás, uma bolsa-escola, uma bolsa-família a um grupo de brasileiros que não tem emprego ou não tem o que comer, os “letrados”, os poderosos e tantos outros caem de pau em cima, dizendo que é esmola, que vai deixar esse grupo de brasileiros mal acostumados, que é compra de voto… Agora na hora de receber incentivos fiscais e tantos outros benefícios eles não reclamam, pelo contrário.
Eu não sou a favor do desemprego, eu não sou contra políticas governamentais que estimulem a economia, eu sou contra o apoio a incompetentes. A indústria nacional chegou ao nível de falta de competitividade por culpa dela mesma, por não procurar melhorar sua produtividade, não desenvolver tecnologia e melhores métodos de gestão, por visar o lucro máximo por unidade produzida mesmo que o mercado consumidor pudesse se retrair.
Folha de pagamentos onerosa, sindicatos… existem em qualquer atividade, não apenas no setor industrial como eles procuram fazer crer.
Eu não acho que os outros devam perder seus empregos, mas quando digo que não faz diferença para o consumidor de carros se os veículos vem daqui ou de outro país, realmente não faz, quer dizer, se os carros vierem de fora, faz diferença para melhor.
O Brasil acostumou-se a produzir carros de baixo custo, sem segurança ou tecnologia alguma, reaproveitando plataformas antigas, utilizando motores antiquados, permanecendo 10 anos ou mais cada geração e hoje paga o preço por isso. Esses carros não tem como ser vendidos no mercado internacional, eles não tem competitividade alguma, mas aqui são vendidos a preço de BMW, Audi, Mercedes… e é o que tem importância para essas empresas e seus executivos. Os carros mais modernos (abaixo dos R$ 100 mil) à venda no Brasil provém da Argentina e do México, quando não, da Coréia, da Europa e até do Japão.
Agora se o Governo quer dar mais uma vez o voto de confiança para essas multinacionais, paciência e boa sorte porque quem é conivente com incompetência acaba por ser irresponsável. Mas não se pode esperar muito dos políticos no Brasil, assim como não se pode esperar muito da maior parte dos eleitores e dos consumidores de automóveis, cujo mercado baterá mais uma vez recorde de vendas.
Vamos por parte… A presidenta Dilma não tem culpa, pois o loby da famigerada industria automobilista brasileira é muito grande em Brasilia; Também não podemos deixar milhares de trabalhadores brasileiros (nas montadoras) sem emprego, pois é necessário manter o nível de emprego no Brasil para não agravar outros problemas sociais; Fato é que a maioria dos modelos de carros vendidos/fabricados no Brasil são de péssima qualidade, principalmente tecnológica, no mínimo dez anos de atraso da Europa e USA, além do preço exorbitante; Mas mesmo assim estou confiante que o consumidor brasileiro está mudando, como o nosso país também está e por incrível que pareça para melhor. Devemos lembrar como eram nossos carros há vinte anos atrás, nem cinto de segurança de três pontos existia. E agora para o próximo ano 2012 ou até 2014, todos os carros (ou carroças) nacionais deverão sair de fábrica com ABS e Airbag. Logicamente chats ou blogs como este tem uma importância muito grande para informar a população e mudar conceitos, pois só assim poderemos exigir dos nossos "corruptos" governantes (logicamente existem exceções) mudanças e melhorias. Por fim, vejo com "bons olhos" esta redução de IPI e acredito sim que pelo menos algum desconto, mesmo que pífio chegue ao consumidor.
Prezado Sr. Jorge Cotturelli, está na imprensa, governo e montadoras afirmaram que não haverá descontos ao consumidor. Nossa indústria está sucateada graças aos brilhantes incentivos governamentais e à incompetência de seus gestores. Se considerar o que o Sr. disse, dentro de quarenta anos nos igualaremos à China e India em desenvolvimento automotivo. Ou seja – nunca. Agora, a presidenta Dilma não tem culpa? Quem é o presidente então? Não vivemos em um país comunista, apesar dos desejos de alguns – não somos Venezuela, nem Cuba, nem União Soviética. Então não existe esse argumento de ter uma indústria fechada e ultrapassada, que faz de reféns e massa de manobra os trabalhadores, que são os últimos na lista de prioridades destas multinacionais. Logicamente não há nenhum sentido o cidadão bancar essa roubalheira mais uma vez, com isenção de impostos – que irão, sem nenhuma dúvida, para o exterior. Se quisermos um setor forte e justo, com trabalhadores bem remunerados, isso somente acontecerá com respeito ao consumidor e com produtos competitivos no mercado internacional. Como, aliás, acontece no México e na Argentina, enquanto aqui vivemos de Kombi e cia.
É de morrer de rir o cara falar que a presidenta(sic)não tem culpa.
Quem será que tem?
Quem comanda o país?
Quem edita medidas provisórias e também assina decretos.
Ora,se é para dizer asneiras e defender o indenfensável por uma convicção política que o faça em canais próprios onde geralmente as pessoas não tem conhecimento e não o faça em um blog sobre automóveis onde a maioria dos leitores tem um maior conhecimento geral.
Chega a ser um escárnio dizer que a presidenta não tem culpa se ela pertence a um partido que depende muito destas próprias montadoras
@rezende
É os culpados somos nós consumidores.
Fanatismo e oportunismo é duro de digerir.
Galera, entra governo, sai governo, entra oposição e a 50 anos é assim, o Jorge quis dizer que isso não é de hoje…
Segundo os especialistas o chamado CUSTO BRASIL vai ir sendo reduzido ao longo dos proximos 6 anos…
A questão é que existe uma linha de equilibrio para os importados forçarem os preços para baixo, sem chegar a roubar o emprego e levar nossa grana embora…
Também acho que temos condições de termos centros de tecnologia ao inves de sermos apenas consumidores…
Parabés pela reportagem.
@andre – alguns fatos que você não deve ter percebido: 1- importados não forçam os preços p/ baixo, pois as montadoras formam cartel e o governo é complacente; 2- não existe equilibrio, pois o governo da Dilma-la-la é fraco e submisso às multinacionais picaretas; 3- custo-Brasil é conversa fiada – está muito claro que o problema é o LUCRO BRASIL. 6 anos? Espere sentado outros 50. 4- não temos consumidores, temos sobreviventes. É quem consegue pagar 25 vezes mais por um carro em um país de 5o mundo sem infra-estrutura, aonde condução é item de primeira necessidade. 25 vezes mais pois o brasileiro recebe várias vezes menos, os carros custam várias vezes mais, e os juros são os mais altos do mundo. 6- não existe mercado automotivo no Brasil – o que temos é um regime de escravidão, em função de uma exploração financeira sem limites, aonde os trabalhadores e consumidores são os últimos a terem direitos – governos e multinacionais NUNCA perdem ou colaboram para o bem do Brasil. Parabens pela ignorancia.
Incentivos fiscais sem contrapartida de qualidade e preços mais justos para o consumidor,são apenas bolsa empresa.
Dizer que a Presidente não tem culpa é no mínimo uma piada, que nem a palhaçada que disse seu antecessor barbudo, hoje milionário palestrante( do quê ele palestra juro que ainda não faço idéia) e fazendeiro, que também vivia dizendo que nada sabia.
O Governo tem culpa sim, pois ele é quem tem o poder de tributar e regular a economia. E quando digo regular, não estou me referindo a uma intervenção e subsídios a setores como está sendo feito, no intuito de proteger oligarquias de poderosos. Mas sim à liberação do comércio, incentivo a produção nacional com a redução de impostos e de juros para os empreendedores que queiram investir em solo nacional, dando emprego a brasileiros, e a concorrência de outros mercados com leis justas e iguais.
Aliás a melhor forma de produzir bons produtos é permitir que vários possam fabricar e colocar a venda seus bens de consumo, mas o papel do Governo é colocar patamares mínimos de qualidade e combater a cartelização do mercado e a usura de certos setores.
Esquecem esses políticos, que hoje mandam e desmandam, que quem lê um blog como esse sabe que não existe realmente indústria automobilística realmente nacional no Brasil. Todas as marcas que trabalham aqui, raras exceções como a atual Lobini, que é quase artesanal mas destinada ao mercado externo, tem suas matrizes no estrangeiro. Se tivéssemos ainda empresas como a Gurgel e outras que existiam visando a produção em massa, mas foram compradas ou faliram, aí até justificaria um tratamento especial, pelo menos por um período depois da liberação do mercado, que se deu após o Governo Collor. A única coisa boa que aquele maluco e demagogo fez. Mas não se justifica permitir que estrangeiros nos usem para ganhar lucros e subsidiar produtos de qualidade em outros mercados mais instruídos e consequentemente mais exigentes.
Lá fora eles não tem essa regalia. A justificativa deles é a ameaça de demissão. Uma verdadeira coação com o nosso Governo fraco e conivente. Mas quem lê sabe que o Brasil é quem sustentou várias empresas na crise para que elas não falissem e mandassem embora vários empregados, não daqui, mas lá de suas matrizes.
Nosso mercado, de país subdesenvolvido, de gente que ganha em média 500 reais/mês é que segurou a corda para a guilhotina não cortar a cabeça de muita gente lá fora.
POr isso afirmo que no Brasil se vê é uma atitude de colônia. Ainda somos escravos, mas agora o "zé povinho" acha que temos Governo independente.
ESpero seriamente que um dia tenhamos um Governo que seja realmente nacionalista sem ser demagogo. Democrático e fiel a lei sem ser oligárquico e truculento.
Resumindo o que disse. Para ficar mais claro, podemos dizer que vivemos igual ao filme Matrix, somos escravos para fabricar pilhas para outros. Achamos que somos livres mas o que fabricamos, as pilhas no filme (nosso dinheiro e trabalho na vida real) são "made in Brasil" para serem usufruídas por estrangeiros e para nós ainda temos luz de velas, quando muito lampiões a querosene. E achavamos que nosso "Neo" era o gordo barbudo sem dedo… Que decepção!
Como pode a GM do Brasil vender um carro como o Camaro por 185 mil reais, enquanto este mesmo carro custa no seu país de origem USA menos de 50 mil reais?
E porque temos que nos contentar com velhos modelos repaginados e maquiados como a “nova” S-10 ou nova Ranger, enquanto lá nos USA existem modelos muito melhores como a as GM Silverado e Nevada, bem como a Ford F-150 comercializadas pelo preço de picapinhas básicas como a Fiat Strada ou VW Saveiro?
Gostaria de saber o que dizem os digníssimos presidentes das GM e Ford no Brasil a esse respeito.