Preparem os bolsos! O governo federal deverá voltar a cobrar o pesado IPI dos automóveis a partir de julho. O benefício, criado para estimular o consumo durante a crise, acaba no dia 30 de junho e tudo indica que o presidente Lula não estenderá mais sua validade.
Reportagem do jornal Folha de São Paulo desta sexta-feira diz que o Ministério da Fazenda recomendará o fim do desconto por achar que o mercado está aquecido e há crédito suficiente para evitar uma queda brusca nas vendas. Em resumo, em vez de pagarmos um preço mais justo pelos carros, agora vamos gastar mais, pagar mais impostos e juros para os bancos.
A Anfavea, a associação das montadoras, disse que nem conta mais com a possibilidade de prorrogação. O cenário, com isso, vai sofrer alterações bruscas: as vendas este mês devem subir para aproveitar os descontos e julho terá, ao que tudo indica, o pior resultado do ano.
Se fosse um pouco mais sensato, o governo poderia elevar a alíquota lentamente, dando tempo de o mercado se adaptar. Basta lembrar o caos que virou o mercado de usados após o desconto. De uma hora para outra, o preço dos carros zero km ficou mais barato que muito semi-novo. Agora teremos o inverso: quem vender o carro em junho e deixar para comprar o outro em julho, vai perder uma montanha de dinheiro.