Estamos voltando ao tempo da ditadura militar quando a importação de produtos era proibida pelos generais? Não, acho que não é tanto assim, mas que o governo de Dilma Roussef anda perdido a respeito da valorização do real isso não há dúvida. A última atitude para frear as importações é polêmica: uma licença prévia para liberar guias de importação que podem atrasar em até 60 dias a chegada de produtos importados ao país.
A medida é oficialmente uma retaliação à Argentina que tem feito algo semelhante com os produtos brasileiros, mas na prática atinge todos os países. Ou seja, o governo brasileiro mirou num “pássaro” mas acertou o bando todo. Bom para ele que com isso reduz a entrada de moeda estrangeira por aqui. Ruim para nós que teremos menos e melhores opções para comprar.
Os reflexos serão desastrosos: importadores independentes e mesmo as montadoras instaladas aqui terão dificuldade em trazer veículos produzidos lá fora além de peças e outros componentes que são usados nos carros nacionais – e ainda temos o problema com as marcas japonesas sem peças por causa do terremoto do começo do ano.
Hoje um em cada cinco carros vendidos vem de fora do Brasil – 246 mil importados contra 868 mil nacionais. Se não voltar atrás podemos prever um ano terrível para a venda de veículos no Brasil, depois de seguidos anos de crescimento.