Esse é o tipo de notícia que deveria dar calafrios. Alianças entre montadoras raramente dão em algo positivo. Quando o anúncio ocorre, tudo é um mar de rosas, anos depois, só resta arrependimento. Mesmo escaldada com parcerias funestas, a GM resolveu embarcar em uma nova aventura do gênero.
A montadora americana, recém recuperada da quase falência, decidiu comprar 7% da PSA, holding que reúne Peugeot e Citroën, por 1 bilhão de euros. Para os franceses é uma oportunidade de ouro para tapar alguns rombos no caixa. Já para a GM seria uma maneira de economizar no desenvolvimento de plataformas e reduzir os custos com fornecedores.
O curioso é que a aliança, como foi chamado o negócio, tem um perfil muito semelhante ao que a GM fechou com a Fiat há mais ou menos uma década. Na época, as duas empresas resolveram unir os departamentos de compra, produção de motores e uso de plataformas. Alguns devem se lembrar o resultado disso : no Brasil, os motores 1.8 nos carros da Fiat e o compartilhamento da plataforma do Corsa III e do Punto na Europa.
A diferença é que tanto Fiat como GM compraram parte das ações uma da outra. Como a Fiat é que estava mal (como ocorre agora com a PSA), a GM tinha direito a mais nacos que o oposto. No fim, uma cláusula infeliz obrigou a GM a vender suas ações por um preço acima da média.
Segundo um release divulgado nesta quarta, as duas empresas projetarão modelos compactos e médios, minivans e crossovers em conjunto, mas operarão separadamente. Também falam de um veículo ecológico feito em conjunto. O primeiro produto dessa sinergia deve chegar às concessionárias em 2016. As duas esperam economizar cerca de 2 bilhões de dólares por ano com o projeto. Agora, a GM passa a ser a segunda maior acionista da PSA, atrás apenas da família Peugeot.