Sabe aquelas mulheres mais velhas que resolvem colocar botox de maneira exagerada e ficam com uma combinação de pescoço enrugado com testa lisa? É a sensação que nos passou o “novo” Fiesta 2011. A Ford foi feliz no desenho da nova frente, bastante ousada e moderna, mas esqueceu do resto. Lateral e traseira continuam em 2002, ano do lançamento do modelo.
Como se sabe que a nova geração do modelo, a verdadeira, foi promovida a compacto premium, teria sido mais inteligente promover uma reestilização geral como fez na Índia no Figo, o Fiesta local. Lá, as portas, a tampa do porta-malas e as lanternas acompanharam a mudança frontal, tornando o veículo mais harmonioso. Porém, mais uma vez, a economia de custos falou mais alto e filial brasileira preferiu manter a grande margem do lucro da fábrica de Camaçari.
A nova frente traz faróis com duas opções de acabamento. Na versão Fly, mais barata, ela é escurecida, e na Pulse, cromada. Na traseira, novidade apenas no sedã que ganhou lanterna com elementos cromados e escurecidos que lembram um carro tunado, para-choque levemente modificado e tampa do porta-malas com régua mais larga.
No interior, a Ford diz que o acabamento está mais refinado, embora nas fotos essa percepção não apareça. Mudou-se o de sempre: padronagens dos tecidos, grafismos e alguns equipamentos como o computador de bordo integrado. Agora o cluster possui a função “Always On”, que o mantém iluminado mesmo com os faróis desligados, item que o rival Agile precisa. Mas o cockpit continua a ser o ponto fraco do modelo, sobretudo quando se olha a versão Fly.
Com isso, a montadora continua atrasada em relação às suas concorrentes em itens como o câmbio automatizado ou automático, chaves keyless integradas, volante com comandos satélites e por aí vai.
Uma pena porque em termos de mecânica, posição de dirigir e espaço interno o carro seja bom, mas nunca teve um acabamento à sua altura e, pelo jeito, não terá jamais.
Ainda bem que o verdadeiro novo Fiesta virá no 2º semestre. Veja os preços abaixo: