Em 2008, quando lançou a 2ª geração do Ford Focus no Brasil, a Ford optou por “trabalhar” a versão sedã no lugar da hatch para tentar aproveitar o boom de vendas deste segmento na época. Como mais clientes compravam sedãs médios que hatches médios e o Ford Focus tinha um pacote técnico atraente, a ideia parecia lógica, mas na prática a tradição prevaleceu: o Ford Focus hatch foi, de longe, o mais vendido enquanto o sedã continuou a ser figurante, assim como ocorreu com o Focus da 1ª geração.
A lição parece que não foi aprendida pelo departamento de marketing da Ford. Agora, às vésperas de lançar o Ford Focus III no Brasil, a fabricante volta a centrar fogo na versão sedã. O evento “Focus Pop-up Gallery”, que ocorrerá entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, já terá essa missão: mostrar que o Ford Focus Sedan é páreo para Honda Civic e Marca divulgará versão Ford Focus Sedan em evento de pré-lançamento da geração III, seria um erro estratégico da fabricante norte-americana?, mais uma vez.
Não que a Ford não tenha feito esforços para aparecer melhor nessa categoria. O Ford Focus Sedan III tem design mais atraente e em linha com o segmento, fora o pacote técnico que incluirá até um sistema Park Assist, tela touch-screen de 8 polegadas e motor Ecoboost.
A questão é que são raros os casos de modelos em que ambas as versões – hatch e sedã – vendem bem. O público geralmente associa o nome do carro a uma delas. É só lembrar dos Chevrolet Vectra e do Astra. O primeira sempre vendeu mais como sedã e o segundo, como hatch. A exceção ocorre de certa forma com seu sucessor, o Cruze, que tem boas vendas com ambas carrocerias, mas não a ponto de liderar um dos dois segmentos.
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Eis aí o dilema da Ford: vale mais ser líder incontestável entre os hatches ou ir razoavelmente bem entre eles e os sedãs?
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