Bonitinho ele até ficou, mas não se engane. O hatch compacto, batizado de Figo (não o ex-jogador da seleção de Portugal), acima não passa de um Fiesta com visual reestilizado. E com o DNA Kinetic, que estreou no Mondeo e hoje está nos principais modelos da Ford. A montadora lançou o modelo na Índia para o mercado interno de lá. Até aí tudo bem, primeiro porque ele não é concorrente do Tata Nano, menor e bem mais barato, e é um produto interessante para um país carente de carros. Agora, a presença do presidente mundial da montadora, Allan Mullaly, acendeu a luz amarela nas intenções da empresa.
Por que um modelo local sem grandes aspirações leva o CEO da Ford até lá para lançá-lo? O mais provável é que o Figo vire o “Logan” dos norte-americanos e se espalhe por países em desenvolvimento. Aí é que a situação fica obscura.
No momento, a Ford mantém os planos de fabricar no Brasil uma versão mais pobre do novo Fiesta europeu enquanto o México ficará com o Fiesta melhor acabado para vendê-lo nos Estados Unidos. Mas quem garante que a montadora não pode inverter o jogo, continuar com o atual Fiesta, dar esse tapa no visual e importar do México o novo Fiesta?
A situação financeira da empresa não é das melhores, apesar de ela não ter entrado em concordata. Será que faz sentido na cabeça dos executivos dela montar duas linhas na América Latina para o mesmo carro? Enfim, é muita especulação, claro, mas não custa ficarmos alertas.