É interessante o esforço que Honda e Ford fizeram na última semana para apresentar seus híbridos aos brasileiros. Primeiro veio a Honda, que apenas mostrou a jornalistas CR-Z e Insight, que combinam propulsão elétrica e a combustão com sucesso no Japão e EUA. Na última sexta, foi a Ford que lançou oficialmente no Brasil o Fusion Hybrid, o sedã híbrido mais econômico da categoria nos EUA, segundo a própria Ford. E quais são as credenciais do primeiro carro a apresentar essa nova tecnologia aos brasileiros?
Suavidade é uma das características mais marcantes do Fusion Hybrid. A começar pela partida, feita no modo elétrico: quem o dirige pela primeira vez fatalmente estranhará a falta de barulho ou vibração ao ligar o motor. Quem atua nesse momento é o propulsor elétrico, de 107 cv e abastecido por uma bateria de 275 Volts. Um pisão mais forte no acelerador e quem surge é o 2.5 litros 16V de ciclo Atkinson, com 158 cv. Juntos, somam potência de 193 cv.
O funcionamento de ambos ocorre conforme a demanda. Na ré e na partida é sempre o elétrico que atua. Ele também funcionará até os 75 km/h, em situações em que o motorista apenas resvale no acelerador. Quando se exige mais força e em qualquer condição acima dos 75 km/h, o bloco a combustão toma conta. Não se preocupe com essa alternância: obviamente, tudo acontece sem que o motorista perceba. Ele só saberá do entendimento dos dois motores pelas informações dispostas no painel, que avisa qual motor está em ação. Na tela centra do sistema SYNC, um raio-x do carro ainda mostra o fluxo de energia, avisando como está a bateria e se os freios, que são regenerativos, estão recarregando-a. Interessante também é o gráfico, em forma de árvore, que mostra se o condutor está guiando de maneira econômica – quanto mais folhas a tal árvore ganha, sinal de que estamos poupando mais combustível.
Nas acelerações, há força suficiente para deslocar o sedã, mas é preciso dizer que o câmbio CVT, com suas marchas “infinitas”, tira um pouco do prazer de dirigir. No mais, as reações de direção e suspensão são iguais a de um Fusion “normal”.
Sinceramente, não sei se o brasileiro já está pronto para os carros híbridos. Por duas questões: cultura e preço, que na verdade se embaralham. Veja o VW Polo Bluemotion, que apesar de não ser híbrido adota estratégia parecida: cobra mais por seus recursos que prometem mais economia. Custa cerca de R$ 5.000 a mais que a versão convencional e vende pouquíssimas unidades por mês, quando vende. Ou seja, quem pagará R$ 133.900 por um carro que alcança consumo médio de 17,4 km/l contra 9 km/l do modelo movido somente a gasolina. Para compensar a diferença de R$ 47.740 sobre o Fusion 2.5 seria preciso rodar cerca de 400.000 km. Quem roda tudo isso hoje em dia?
De qualquer maneira, a chegada do Fusion Hybrid é válida para fazer o mercado nacional reagir aos híbridos, que cedo ou tarde também serão uma realidade nossa.
Vai ser sucesso com os fazedores de moda, que vão comprar só para percer que se preocupa com o ambiente, assim como os artistas de Hollywood que tem pelo menos um Prius na garagem.
Bom, na verdade o primeiro híbrido a venda no Brasil de forma oficial foi o Mercedes S400. Caríssimo, mas ainda sim o primeiro.
Acho que o único Fusion Hybrid que circulará, além dos modelos destinados a diretoria da Ford, será o cedido a presidência do Brasil (afinal, o Fusion atual do Lula é de 2008).
@Leandro Pi
O nosso presidente anda de Fusion ? O Collor tinha um Lincoln Town Car e grande parte dos senadores tem um Omega. Na Argentina o presidente passeia num Audi A8 blindado e em varios países mais pobres que o Brasil, os governantes tem carros de categoria superior ao Mercedes classe E. Tá muito estranha essa história, um prsidente de um nação tão rica não deveria ter um modesto carro médio (para os padroes amercanos)
@Eduardo Cl
Meu caro,
O Lula só anda de avião, o Aerolula, esqueceu? Que diga-se de passagem saiu mais caro que o Air-Force One, dos EUA. Não é pouca coisa não, afinal ele não é "o cara"?
Quanto ao Fusion: em (quase) nenhum lugar do mundo um carro híbrido vende mais que a versão normal. Isso porque lá fora existem benefícios fiscais, diferentemente daqui. Ou se muda essa mentalidade (e isso está nas mãos de Prefeituras e Governos de Estado) ou é mais um carro interessantíssimo que só existirá no catálogo…
"Quem atua nesse momento é o propulsor elétrico, de 107 cv e abastecido por uma bateria de 275 Volts. Um pisão mais forte no acelerador e quem surge é o 2.5 litros 16V de ciclo Atkinson, com 158 cv. Juntos, somam potência de 193 cv."
Alguem tem uma calculadora ai??? Afinal, o motor 2.5 nao gera 171 cv???
Para mim a questão dos hibridos passa por diversos interesses, que vão motivar ou não preços mais acessiveis. Por esses tais interesses, não imagino em um curto ou médio prazo (menos de 5 ou 7 anos) haja uma invasão de hibridos por aqui, afinal não sei até que ponto essa invasão seria interessante para a Petro, por exemplo.
@Eduardo Cl
É isso mesmo: o Lula, quando está trabalhando em Brasília, anda de Fusion (que deve ter justamente menos de 5 mil km rodados, como bem observou o Rodrigo).
Na época de FHC o acordo era com a GM e ele andava de Omega, antes o nacional e depois o australiano. Na época do Lula, voltou o acordo para a Ford (o Sarney presidente usava um Landau).
Tb acho deprimente um presidente num carro médio 4 cilindris. Até o companheiro Chavez anda de Mercedes Classe-S!
@Leandro de Oliveira
O motor de cilco Atkinson produs menos potência que o de ciclo Otto, que equipa o Fusion comum.
@Leandro Pi
Nem precisa ser um Mercedes classe S ou um Audi A8, a dona Ford poderia dar ao nosso presidente um humilde Lincoln Town Car Cartier L (de entre-eixos longo) blindado que custa nos EUA na faixa de 50 mil dólares e de quebra é flex (pode usar E85)
Eu sei que há uma BMW série 5 de duas gerações atrás (geração que durou de 1996 a 2002) como veículo da presidência também. Fato é que o presidente, os ministros e os presidentes da câmara e do senado usam carros médios "nacionais" tipo: Fusion (mexicano), Corolla, Vectra, Omega (que não é médio e é australiano), Sentra, Jetta, Focus…
Eu penso até que Lula não usa uma BMW, ou um Audi ou uma Mercedes para não dar motivo para a imprensa e para os reacionários falarem. Eu não estou defendendo ele não, pelo contrário, mas o presidente de um país rico como o Brasil usar um Fusion, ou Corolla… nem em países africanos.
O antigo avião presidencial já estava na hora de ser aposentado, no entanto, quando o presidente encomendou o avião novo a imprensa caiu matando, bem como muito cidadão, parece até que quando ele deixar o governo vai levar o avião no bolso.
Se a Embraer não teve condições de oferecer um preço melhor ou atender as especificações, já é uma outra história.
@Rodrigo
Air Force One é o nome da aeronave que carrega o presidente americano, pode ser qualquer uma, até mesmo o helicóptero ou uma aeronave extrangeira se for o caso – a designação é da força aérea americana. O avião oficial usado pelo presidente é um Jumbo adaptado chamado VC25, existem ao menos dois, e cada um custa bem mais do que todas as aeronaves oficiais do Governo Federal do Brasil – juntas.
Já o Lula, anda sim de Fusion.