Ícone do site BlogAuto

Fiat: “Uno Mille não será substituído”

Fiat Uno Mille Economy

Fizemos uma rápida entrevista com Carlos Eugênio Dutra, diretor de produto e exportação da Fiat durante o lançamento do Cinquecento. Entre outras afirmações e negativas, o executivo foi direto: “o Uno Mille não sairá de linha”. Para ele, a plataforma ainda pode ser desenvolvida e cumpre bem o seu papel. Veja a seguir os principais pontos da conversa:

Projeto 327

“Eu não vou falar nada sobre o Projeto 327, claro. Mas a imprensa está errada em afirmar que o Uno Mille será substituído. Não vai e não tem por quê. A plataforma aceita inovações, o carro é reconhecido pela sua resistência e confiabilidade”. Se Carlos Eugênio está falando a verdade, então o que será do Projeto 327? É fato que o novo Fiat não parece claramente um sucessor do Uno. Ele está mais para uma microvan, um carro com uma proposta diferente e não será barato porque há todo um desenvolvimento a ser pago. Mas um dia o Uno morrerá. Até o Gol de motor longitudinal morreu.

Motor Fire 1.4 16V

“O motor do Cinquecento não será fabricado no Brasil. É um ótimo motor, mas não faz sentido termos ele aqui. Estamos desenvolvendo outros propulsores mais adequados ao nosso mercado”.

Carlos Eugênio Dutra: "Uno não é imortal, mas terá vida longa

Cinquecento mexicano

“Se isso for mesmo confirmado (a produção do Cinquecento no México), levará pelos menos dois anos para acontecer. Mas não muda em nada nossa estratégia. O 500 é um carro de imagem, não é para virar popular”.

Tata Nano

“É um engano pensar que o brasileiro aceitará um carro tão simples quanto o Nano. Ele faz sentido na Índia onde o mercado é mais carente e ele substituirá veículos rudimentares. Aqui precisaria ter um padrão de qualidade e segurança que o deixaria muito caro”.

Flex poluente

“Essa história de que o motor flex é poluente é uma grande bobagem. Basta comparar a emissão de um bicombustível  com um motor a álcool de 15 anos atrás. Sem dúvida ele é muito menos poluente. Essa polêmica não tem sentido porque o motor flex não contribui para o efeito estufa. E mais: nossa legislação ambiental é moderna, está uma fase apenas atrás da americana e da europeia”, justificou Dutra. “Já fizemos testes de emissão na Fiat comparando um motor flex com outros a gasolina e a álcool.  A diferença de emissão variou apenas 2% entre eles”, completou o executivo.

Elétricos e híbridos no Brasil

Para finalizar, perguntamos para Carlos Eugênio o aparente descaso do Brasil em relação à tecnologia de carros híbridos e elétricos. O diretor da Fiat considera isso normal por causa do álcool: “O Brasil não tem pressa em relação a essa tendência. Hoje esses modelos são muito caros e somente países de 1º mundo têm demanda suficiente para eles. À medida que essa tecnologia ganhar escala e houver uma definição de sistema, aí nosso país pode investir nela. Hoje, com o flex, nós não precisamos nos preocupar”, define Dutra.

O executivo, no entanto, reconhece que a energia elétrica tem tudo para se popularizar: “um motor a explosão tem aproveitamento baixo de energia, em torno de 30%. O motor elétrico consegue aproveitar de 90% a 94% da energia, ou seja, é muito mais eficiente”, conclui Carlos Eugênio.

Sair da versão mobile