Pode-se dizer hoje que o Punto foi um divisor de águas na Fiat. Na verdade, o Grande Punto, o da geração que estreou no Brasil apenas com o nome de Punto em 2007. Quando foi lançado na Europa, em 2005, esse Punto ajudou a Fiat a sair literalmente do buraco em que se encontrava. Com design de Giorgetto Giugiaro – hoje exclusivo da Volkswagen – o hatch compacto saiu do lugar comum das gerações anteriores para ousar com um visual que lembrava as Maseratis da época.
Foi sucesso imediato na Europa e pavimentou o caminho para a chegada do 500, o carrinho retrô que selou a recuperação da montadora italiana. Agora, a Fiat comemora as 9 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. Pelo que Blogauto levantou na Fenabrave, a participação do Brasil nesse volume todo foi bem pequena – até esta semana, a Fiat havia emplacado cerca de 210 mil unidades do modelo, o que dá 2,3% de participação.
Mas há que relevar esse número já que o Punto é vendido desde 1993 e lá fez um papel parecido com o do Palio no início. Portanto, são 20 anos de carreira que anda um tanto ameaçada. Isso porque a nova geração, que estava prevista para estrear no começo deste ano, foi para a geladeira, segundo a mídia europeia.
Sergio Marchionne, o poderoso chefão da Fiat, teria mandado parar o projeto até que a crise europeia arrefeça. Declaração atribuída a ele diz que “não se lança um produto novo em épocas de queda nas vendas”. Para reduzir custos, a marca estaria desenvolvendo o projeto em conjunto com outra montadora, cujo nome é mantido em segredo.
Ao menos no Brasil, a Fiat não pode reclamar da idade do carro que, após receber um facelift no ano passado, vendeu mais que no início da sua carreira no País.