Engraçado como uma estratégia pode ser boa num segmento e ruim em outro. Quando se trata de compactos como o Palio, o Siena e o Uno, a agilidade da Fiat é benéfica: a empresa sempre tem uma versão ou um equipamento na manga para responder aos movimentos da concorrência. Já quando se trata de carros mais sofisticados…
…as constantes mudanças só pioram as coisas. É o caso do Linea. O sedã chegou caro porque a Fiat não poderia desvalorizar seu produto logo de cara. Bastou o modelo não ter a aceitação esperada para pipocarem versões peladas, caso da LX, e o sedã virar rival do Vectra entre os taxistas.
Não fosse suficiente isso, um ano depois do lançamento, a Fiat resolveu aposentar o motor 1.9 argentino, trocado pelo E.torQ 1.8. Troca positiva, porém, quem comprou o anterior ficou com um mico nas mãos.
Agora o novo mico é o LX, substituído pelo Essence. Ah, sim, o HLX também morreu. A linha 2012 do Linea foi simplificada e passa a contar com apenas quatro versões: Essence manual, Essence Dualogic, Absolute Dualogic e o T-Jet.
A medida é correta: o Essence passa a contar com mais itens como computador de bordo, direção hidráulica, airbag duplo, ar condicionado, faróis de neblina, volante em couro, vidros, travas e espelhos elétricos e mais freios ABS e roda de liga leve 15 polegadas. Enquanto isso o Absolute passa a ter rodas aro 17 polegadas de série.
Com isso, o sedã médio volta a brigar com os sedãs médios mais requintados que custam a partir R$ 60.000. No caso do Linea, o preço inicial é mais baixo – R$ 57.900.
Será que a Fiat aguentará ficar sem o público que consome carros na faixa de R$ 50.000? A linha 2011, por exemplo, é vendida por R$ 49.990 na finada versão LX. Difícil saber, mas os constantes movimentos da Fiat no caso do Linea só pioraram sua situação. Com tantos concorrentes novos, o sedã tende a ficar de escanteio nesse segmento.