Imagine uma cena digna de filme de ficção: de uma hora para outra, o governo proibiria a compra de carros novos no Brasil. Sem entrar em detalhes das consequências para os consumidores, o fato é que uma marca de automóveis entraria em crise imediata, a Fiat.
Nosso mercado responde por nada menos que 42% das vendas globais da Fiat. É muito, mas muito mesmo. Nenhuma outra marca que atua no país depende tanto de um mercado. Os dados desse levantamento estão numa matéria especial publicada no iG nesta quinta-feira.
A Fiat, apesar de ter se tornado uma montadora mais global após a compra da Chrysler, ainda tem suas vendas muito concentradas em poucos mercados. Isso é arriscado num cenário como o atual, com várias mudanças. Tome-se como exemplo 2013, ano em que a fabricante viu suas vendas caírem sensivelmente graças à concorrência mais pesada e a entressafra de produtos.
A marca italiana figura hoje como a 10ª mais vendida no mundo, com volume inferior ao da Kia, por exemplo. Mesmo a Renault, que é a 9ª, a situação é parecida com a da sua rival. Os franceses dependem de poucos países para vender a maior parte de sua produção. No Brasil, a marca é a 5ª mais vendida e onde ela comercializa 11,5% de tudo que coloca na prateleira.
Volkswagen e Chevrolet têm presença mais distribuída no mundo, mas não podem abrir mão do Brasil também. A primeira tem no Brasil 10,5% das vendas e a segunda, nada menos que 13%.
Sinal invertido
Duas marcas vivem um panorama justamente contrário ao das citadas. A Kia e a Nissan são marcas globais, mas que não têm penetração significativa no território brasileiro. A marca japonesa deve reverter isso a partir do segundo semestre quando deve começar a produzir na nova fábrica de Resende. Com volume de produção, a Nissan, enfim, poderá brigar mais de perto com suas concorrentes. Já a Kia ainda faz mistério a respeito de uma fábrica no País, mas não tem outra opção para crescer aqui, onde possui apenas 0,8% do mercado.
No entanto, a marca que mais decepciona em relação ao Brasil é a Toyota. Maior montadora do mundo, a empresa tem apenas 5% do nosso mercado, e isso graças ao Etios, que mais que dobrou esse percentual. Mesmo assim é pouco para uma marca tão dominante. Seu portfólio, por exemplo, reúne apenas oito modelos e nenhum ultrapassa a barreira de 6 mil unidades vendidas por mês. Se vendesse o mesmo que no mundo, a Toyota emplacaria 360 mil carros por ano e não 180 mil.
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Como se vê, apesar de ter mais de 50 marcas atuando, o mercado brasileiro é extremamente desequilibrado ainda, mas a tendência é que isso mude, para o bem da Fiat e da Toyota.
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